A Bovespa liderou o ranking de investimentos em abril. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) – principal termômetro do mercado acionário brasileiro – avançou 2,41%. Esse resultado levou a Bolsa a acumular alta de 0,23% neste ano.
A alta ficou bem abaixo da verificada em março, quando o Ibovespa teve avanço de 7,05%, o maior desde janeiro de 2012.
As ações brasileiras têm sido impulsionadas nos últimos dois meses pela menor popularidade do governo Dilma Rousseff. Na terça-feira, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizada em parceria com o instituto MDA, mostrou que Dilma perdeu 6 pontos porcentuais nas intenções de voto para presidente entre fevereiro e abril.
“Como se sente que o mercado quer alterações na política econômica, ele se anima quando vê que há chance de mudanças”, diz Fabio Colombo, administrador de investimentos. “O mercado está muito reticente com o governo, por questões como a crise na Petrobrás e no setor elétrico.”
A alta da Bolsa também pode ser explicada como reação às fortes perdas até fevereiro. Em 12 meses, o Ibovespa ainda acumula queda de 7,66%. “Nos últimos dois meses, houve recuperação do espaço perdido”, diz Michael Viriato, coordenador de Laboratório de Finanças do Insper.
Neste ano, o desafio do investidor tem sido obter um ganho real. Até abril, por exemplo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 3,35%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – a prévia da inflação oficial do País – teve alta de 2,91%. “O investidor deve se preocupar em ter algum tipo de ganho real. Se ele investir somente em CDI e os juros permanecerem nesse patamar, a rentabilidade será menor”, diz Viriato.
Em 2014, os fundos de renda fixa ganharam 2,92%, o CDB 2,68% e os fundos DI, 2,55%. Na lanterna ficou o dólar, com recuo de 5,18%. “É difícil o dólar chegar a uma patamar mais baixo do que o atual”, diz Colombo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.