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De acordo com o último levantamento de campo realizado por técnicos do Deral – Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, na safra 2004/05 o Paraná está colhendo 85.963 toneladas de bulbos de cebola. A produção, obtida em 6.340 hectares, é 7% superior à da safra passada.

Os estados da região Sul tiveram uma colheita satisfatória e dentro da estimativa inicial. As variedades precoces já foram colhidas e comercializadas e agora os produtores estão terminando a colheita de variedades de ciclo médio e tardio.

"As condições climáticas permitiram que se efetuasse o processo de cura e desse modo será possível armazenar o produto, sem perdas significativas, à espera de preço melhor", explicou o engenheiro agrônomo da Seab, Maurício Lunardon, que trabalha diretamente com a cultura.

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No Paraná, o preço médio recebido pelos cebolicultores, em dezembro passado, foi de R$ 7,07 a saca de 20 quilos, contra R$ 8,60 em novembro. "Essa diferença sempre acontece, já que no início da safra se praticam melhores preços, o que justifica o trabalho da Emater que, por meio de Unidades Demonstrativas, vem testando novas variedades de ciclo precoce", justifica Lunardon.

Comparando o preço recebido em dezembro de 2004 (R$ 7,04 a saca) com dezembro de 2003 (R$ 5,97), houve um aumento de quase 18%. Neste nível de preço, segundo o agrônomo, o produtor está obtendo lucro, principalmente aqueles que adotam tecnologia, pois conseguem maior produtividade.

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No ano passado, a partir de fevereiro o preço da cebola reagiu fortemente, mantendo tendência de alta até meados de agosto, quando o consumidor chegou a pagar, em média, R$ 2,77 o quilo. Mauricio Lunardon acredita que este ano os preços dificilmente terão o mesmo comportamento, considerado atípico. Ele também ressaltou que a quantidade ofertada, assim como a qualidade do produto, são altamente dependentes das condições climáticas.

A Argentina e o Estado de São Paulo são dois grandes produtores de cebola e deverão manter, na próxima safra, a mesma área cultivada em 2004, ou até aumentar. Para o Deral, considerando o atual nível de preço, e com esta perspectiva de produção futura, o produtor que decidir armazenar o produto estará tomando uma decisão correta, uma vez que a produção tanto da Argentina como de São Paulo só entrarão no mercado a partir de abril/maio. "Os cebolicultores devem ficar atentos e acompanhar a evolução dos preços para decidir o momento certo de efetuar a venda", recomenda Maurício Lunardon.

Mesmo considerando que o preço poderá melhorar nos próximos meses, alguns produtores estão preferindo vender toda a produção ou parte dela, para, com dinheiro na mão, conseguir descontos na aquisição de insumos para a próxima safra.