Os dados finais da Sondagem da FGV divulgados ontem só reafirmam as indicações dadas pela prévia da pesquisa, divulgada há duas semanas, quando 39% de uma amostra bem menor de empresas (603 indústrias) tinham manifestado a intenção de fazer reajustes. Entre os setores com maior intenção de aumentar preços neste início de ano estão o têxtil, com 76% das empresas; metalúrgico (65%); produtos de material plástico (76%); material elétrico e de comunicação, que inclui eletroeletrônicos e computadores (47%) e material de transporte, que abrange montadoras, autopeças, motocicletas, ônibus e caminhões (45%).
“Vai ter uma queda-de-braço forte neste primeiro trimestre”, adverte o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo Jr.. Na sua opinião, o principal fator que impulsiona a indústria a querer remarcar preços é a subida das cotações de commodities como petróleo, nafta, níquel, ferro, zinco, entre outras, no mercado internacional. Ele pondera também que os reajustes salariais concedidos no fim do ano passado estão entre os fatores de pressão considerados pelos empresários. A mudança na alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que sobe de 3% para 7,6% no mês que vem, foi apontada por uma grande indústria como foco de alta de custos.