Com a expectativa de receber 3 milhões de caixas de 40,8 quilos para processamento na indústria e 100 mil para comercialização in natura, a Cocamar deu início em julho à safra de laranja 2006/07 em sua região, que irá até novembro. A produção é 25% maior que a do ano passado, quando foram colhidos 2,4 milhões de caixas. O incremento se deve à entrada em produção dos primeiros pomares plantados na segunda etapa de fomento da Cocamar à citricultura na região, de 2001 a 2004.
Dos 7.376 hectares de citros plantados no noroeste do Paraná (num total de 2,658 milhões de pés), por produtores vinculados à cooperativa, mais da metade ainda não está em produção. Quando todos esses pomares estiverem produzindo, possivelmente a partir de 2008, o recebimento deverá chegar a 7,5 milhões de caixas de laranja. As variedades cultivadas são Iapar, pêra, valência e folha-murcha, além de tangerina e limão. A informação é do engenheiro agrônomo Antônio Ailton Basso, o Tuna, gerente industrial da Cocamar Indústria de Sucos Concentrados em Paranavaí.
A produção deste ano será suficiente para produzir 12 mil toneladas de suco concentrado, 90% do qual é exportado. Já a laranja in natura destina-se 50% para o mercado interno e 50% para o externo.
Sem perdas
Apesar da ocorrência de estiagens no período, a safra de laranja deste ano na região não sofreu perdas. O problema, segundo os técnicos, foi o excesso de umidade verificado no período de florada, que favoreceu a proliferação da doença conhecida como ?estrelinha?, causando uma redução de 20 a 25% da produtividade. Com a floração, a expectativa inicial era de recebimento de 3,5 milhões de caixas de laranja.
Mesmo com produtividade menor, a lucratividade com a cultura deve ser maior este ano. Segundo Tuna, contra uma média de US$ 900 a tonelada de suco concentrado no ano passado, nesta safra a cotação média deve ficar ao redor de US$ 1.300,00 a US$ 1.350,00 por tonelada. A nível de produtor, a expectativa é de que o preço fique em US$ 3,00 a caixa de 40,8 quilos, contra US$ 2,00 do ciclo anterior.
Furacões
As boas perspectivas se devem à queda de produção nos Estados Unidos. Com os furacões em 2004 e 2005, parte dos pomares do estado da Flórida foi afetada, reduzindo a safra de 240 milhões de caixas para 150 milhões de caixas de laranja. ?A produção deve permanecer nesses níveis por mais três ou quatro anos, fazendo com que os preços do suco de laranja no mercado internacional continuem atrativos no período?, avalia o gerente industrial.