Cooperativa vai consumir 150 mil unidades/mês. |
Ao dar início em fevereiro a um projeto de queima de pneus inservíveis nas caldeiras do seu parque industrial em Maringá, a Cocamar estará acrescentando mais um item ao seu programa ambiental, o Cocamar Ecológica. O objetivo é consumir, no próximo mês, entre 750 e 950 toneladas de pneus e manter, quando a plena carga, já nos meses seguintes, a queima de um volume médio ao redor de 950 toneladas mensais, o correspondente a 150 mil unidades.
De acordo com o engenheiro Claudomiro Sirotti, responsável pelo desenvolvimento de novos produtos na cooperativa, a queima de pneus usados é interessante sobretudo porque estes apresentam quatro vezes mais poder de caloria que a madeira, por exemplo.
O consumo desse produto, em forma de testes, foi autorizado pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) pelo período de 12 meses. “Estamos há um ano trabalhando nesse projeto e os técnicos do instituto, que prestam acompanhamento, já emitiram vários laudos durante esse tempo”, acrescentou Sirotti.
Para fazer a queima, a Cocamar precisou investir R$ 150 mil em melhorias nos filtros das caldeiras. Segundo Sirotti, a operação não causa impacto ambiental e a cooperativa está autorizada a consumir mensalmente até 950 toneladas de pneus, o equivalente a 5% de todo o volume do combustível ora utilizado (bagaço de cana-de-açúcar), que é de 19 mil toneladas/mês.
Uma vantagem, segundo o engenheiro, é que o alto poder de caloria do pneu promove uma economia de 3.800 toneladas/mês de bagaço ou madeira. Em função disso, conforme ele, a Cocamar calcula economizar cerca de R$ 1 milhão por ano.
Outra vantagem do uso industrial dos pneus inservíveis, citou, está no fato de que estes são considerados um lixo de difícil solução, ainda praticamente sem aproveitamento no País. O material será recolhido por algumas empresas que precisam adequar-se à legislação ambiental e destinado, a custo zero, para a cooperativa. De acordo com Sirotti, a vantagem adicional é que o uso desse material, por não apresentar custo, tornará a indústria mais competitiva. O sistema de caldeiras, coração do parque industrial, produz 54 toneladas/hora de vapor.
Os pneus serão fornecidos em fragmentos, prontos para o consumo. A Cocamar, acredita Sirotti, será a primeira do País a fazer a queima consorciada, ou seja, juntamente com outras fontes de caloria.
Ecologia
O programa Cocamar Ecológica, desenvolvido desde meados de 2002, quando a cooperativa começou a incentivar o recolhimento e a reciclagem, em Maringá, de embalagens pet. O pet é recolhido por duas cooperativas de catadores de rua e também em campanhas realizadas junto a supermercados da cidade, em que os consumidores acumulam pontos com direito a brindes.
Depois de prensado, o material passa por um processo de reciclagem, transformando-se em flakes e fibra de poliéster. Os primeiros são comprados por empresas da cidade para o revestimento de colchões e travesseiros, enquanto a fibra é adquirida pela Cocamar que a utiliza na fabricação de fios mistos.
A cooperativa coloca no mercado, todos os meses, cerca de 100 toneladas de embalagens pet, que envasam os seus diferentes produtos. Em contrapartida, adquire 150 toneladas/mês de fibra de poliéster. “Com isso, ficamos em crédito com o meio ambiente”, destacou Claudomiro Sirotti.