CNSeg reitera projeções para seguros, mas adota viés positivo com novo governo

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) reiterou sua projeção para o crescimento do mercado de seguros em 2016, a despeito da mudança de governo, com Michel Temer como presidente interino devido ao afastamento de Dilma Rousseff. Mas segundo o presidente da entidade, Marcio Coriolano, o viés agora muda e é positivo. A expectativa para este ano é de que o setor, que arrecada cerca de R$ 450 bilhões e soma R$ 800 bilhões em ativos, tenha crescimento nominal de entre 8% e 10% neste ano, contra avanço de 11,2% em 2016.

“Com o novo governo, a esperança volta e, o mais importante, retorna o clima de confiança. Já esperávamos um crescimento menor para o mercado de seguros neste ano diante das circunstâncias óbvias da economia”, avalia Coriolano, que também é presidente da Bradesco Saúde, em entrevista ao Broadcast.

Como o desempenho do mercado de seguros, conforme ele, está atrelado ao ciclo econômico, medidas que recuperem emprego, destravem os investimentos como, por exemplo, as concessões de infraestrutura, e ainda a reforma da previdência social são positivas para o segmento. Coriolano cita ainda a importância de baixar a inflação para que a população possa retomar o seu poder de compra e ainda o apetite por crédito.

“As medidas (de retomada do crescimento) podem se reverter de forma positiva para o mercado de seguros, que começou a sentir a queda na demanda por proteção, em particular no setor de saúde, que perdeu 1,3 milhão de vidas seguradas. Precisam, porém, serem adotadas o mais rápido possível”, destacou o presidente da Cnseg.

Aumento de impostos

No âmbito das contas públicas, Coriolano afirmou que o aumento de impostos deve ocorrer, citando a manutenção da proposta da recriação da CPMF no Congresso. Disse ainda que é necessária uma análise setorial que identifique os segmentos que podem contribuir mais do lado fiscal. Do lado do seguro, porém, ressaltou que uma “grande contribuição” já foi dada com o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras, cuja alíquota passou de 15% para 20% em setembro do ano passado. “É preciso avaliar a capacidade da população de pagar por produtos com uma carga fiscal maior”, acrescentou Coriolano.

Regulação

O presidente da CNseg também destacou a necessidade de um olhar atento para as autarquias, que têm de contar com quadros técnicos, referindo-se à Superintendência de Seguros Privados (Susep) e à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Cobrou ainda a retomada do Conselho Nacional de Saúde e maior relevância ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). No caso específico da Susep, ressaltou a importância de os dirigentes do órgão terem mandato e serem sabatinados, assim como ocorre com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a ANS.

“Precisamos de um ambiente regulatório favorável e que os órgãos reguladores sejam fortalecidos e profissionalizados”, afirmou o presidente da CNseg.

Do lado de produtos, com o novo governo, segundo Coriolano, renovam-se as expectativas de soluções que contribuam para o mercado de seguros, mas, principalmente, para uma proteção mais completa da sociedade. São exemplos, de acordo com ele, o VGBL Saúde que visa destinar recursos para gastos com planos de saúde e foi aprovado na Câmara dos Deputados no ano passado, bem como o seguro auto popular, cuja regulamentação foi publicada em abril, mas depende de ajustes, na visão do mercado.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo