A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a expectativa de crescimento da economia brasileira e aumentou a previsão de inflação para 2014. A entidade, que esperava anteriormente um Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de 1,7% diminuiu esta projeção para -0,5%. Quanto à expansão da economia brasileira, a CNI revisou de 1,8% para 1,0% a projeção de avanço para este ano. Os dados foram divulgado nesta quinta-feira, 24, no Informe Conjuntural da entidade. O informe anterior havia sido divulgado em abril deste ano.
No relatório, a CNI destaca que o primeiro semestre deste ano se encerrou com uma “frustração” quanto ao desempenho da economia. “De fato, o indicador dessazonalizado do PIB industrial do segundo trimestre deve sofrer a quarta queda seguida”, aponta a CNI. As causas para o mau desempenho da indústria, de acordo com a instituição derivam “mais do ambiente doméstico que da economia mundial”.
Já a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 6,4% para 6,6%, acima do teto da meta. “A inflação permanentemente elevada provoca o aumento dos juros e, consequentemente, a retração do crédito oriundo dos bancos privados. A menor liquidez conduz ao progressivo enfraquecimento tanto do consumo das famílias como do investimento das empresas”, aponta o informe da CNI.
Com estas perspectivas, a entidade também mudou a expectativa para a variação da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) neste ano. Nos dados divulgados em abril, a expectativa era de variação positiva em 2014, de 2,5%. Agora, a confederação espera queda de 2,0% na conta de investimentos. “A reversão do quadro negativo do investimento depende de uma recuperação da confiança do empresário”, aponta a instituição.
Câmbio
A projeção para a taxa de câmbio média do ano feita pela CNI caiu. De acordo com as projeções divulgadas hoje, a taxa de câmbio deverá terminar o ano próxima a R$ 2,40. A projeção anterior, divulgada em abril, era de câmbio em dezembro a R$ 2,45. A média anual deverá ficar em torno de R$ 2,30, expectativa também abaixo da estimativa anterior, de R$ 2,35.
“Para o fim do ano, devido ao calendário eleitoral, o câmbio deve mostrar alguma volatilidade, especialmente se comparado ao observado nos últimos meses. A oscilação possivelmente será acompanhada por alguma depreciação”, aponta o relatório da entidade. “Espera-se um grande esforço para evitar uma depreciação mais significativa”, completa a CNI.
Já a projeção de superávit comercial em 2014 feita pela CNI se manteve em US$ 1,5 bilhão, mesmo resultado do anteriormente divulgado pela instituição. De acordo com a instituição, as vendas de manufaturados devem permanecer fracas até o final de 2014. “No segundo semestre a moeda brasileira não estará em um patamar mais desvalorizado que o observado no segundo semestre do ano passado e a crise na Argentina deve se manter, assim como as dificuldades da indústria brasileira.”