A expectativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o PIB industrial deste ano piorou, mais uma vez. No final de 2013, a projeção da entidade era de crescimento de 2,0% no resultado do setor neste ano. O número foi revisado para 1,7% em abril e, agora, a entidade prevê que a indústria encerre 2014 com queda de 0,5%. Para o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a situação reflete a falta de confiança do empresário. As medidas recentes adotadas pelo governo para incentivar o setor, de acordo com ele, não tiveram a intensidade necessária.

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“O que foi feito nos últimos anos se mostrou insuficiente para reverter a perda de competitividade”, diz Castelo Branco, mencionando o aumento dos custos, entre eles os salariais e a dificuldade com logística. A perda de competitividade dos produtos manufaturados brasileiros, de acordo com ele, se intensificou a partir da crise de 2008 e, para reverter o cenário, seria preciso fazer alterações estruturais. “Para mudar o quadro, é preciso mexer nas variáveis que afetam os custos de produção.”

A intensidade da resposta, de acordo com ele, foi insuficiente para provocar uma reação positiva. “(As medidas) foram aquém do necessário”, disse. Se fechar o ano com PIB negativo, a indústria brasileira volta ao cenário que viveu em 2012, quando registrou queda de 0,8% na variação anual.

No Informe Conjuntural divulgado nesta quinta-feira, 24, a CNI relata que, “embora algumas medidas tenham sido tomadas recentemente para amenizar esse cenário, as expectativas dos empresários industriais seguem negativas”. A confiança dos empresários brasileiros atingiu em julho o pior patamar da série histórica, que começou em 1999. O indicador apurado pela CNI que mede a confiança do empresário industrial ficou neste mês abaixo dos 50 pontas, o que indica pessimismo.

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Medidas como a prorrogação do PSI e manutenção da alíquota de IPI para automóveis no patamar atual são, segundo a entidade, consideradas positivas pelos industriais. O destaque, contudo, vai para as medidas que não são temporárias, diz Castelo Branco. “Decisões de investimento precisam ser alicerçadas. Medidas permanentes têm resultados mais positivos do que as de natureza temporária”, completou.

Para Castelo Branco, é preciso que a confiança dê sinais de recuperação para que as taxas de investimento voltem a crescer. Hoje, a CNI também mudou a expectativa para a variação da Formação Bruta de Capital Fixo neste ano. Nos dados divulgados em abril, a expectativa era de variação positiva da FBCF em 2014, de 2,5%. Agora, a confederação espera queda de 2,0% nos investimentos.

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