A indústria deve apresentar “recuperação suave” nos próximos meses, segundo avaliação do gerente executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

continua após a publicidade

De acordo com ele, isso será possível porque o quadro internacional é menos incerto atualmente em relação ao segundo semestre do ano passado, a taxa básica de juros, a Selic, está em processo de redução e há medidas de estímulo ao setor. Castelo Branco citou ainda a taxa de câmbio mais desvalorizada, o que ajuda os segmentos exportadores, e a demanda doméstica em alta.

Segundo os dados dessazonalizados (ajustados para o período) divulgados hoje (10) pela CNI, o faturamento real (descontada a inflação) da indústria cresceu 1,5%, em fevereiro ante janeiro deste ano, depois de dois meses de queda. Já na comparação com o mesmo mês de 2011, o faturamento registrou queda de 3,3%.

Entre os segmentos da indústria, o de veículos automotores apresentou a maior queda de faturamento. Em fevereiro, o segmento registrou redução de 24,2%, na comparação com o mesmo período de 2011. Segundo a CNI, essa dado mostra uma intensificação da retração, uma vez que em janeiro, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve queda de 9,4%.

“Foi uma queda bastante expressiva e é a maior de todos os 19 setores que a pesquisa acompanha”, disse o economista da CNI Marcelo de Ávila. Do total de segmentos pesquisados, dez tiveram queda no faturamento, na comparação com o resultado de fevereiro de 2011. Veículos automotores vêm seguido por móveis (-15,2%), refino e álcool (-10,8%), couros e calçados (-10,1%), produtos de metal (-9,3%), outros equipamentos de transportes (-6,4%), borracha e plástico (-4,7%), metalurgia básica (-4,5%), minerais não metálicos (-4,1%) e vestuário (-1,2%).

Segundo a CNI, o percentual médio da utilização da capacidade instalada (UCI) de todo o setor industrial chegou a 82,1%, em fevereiro, ante os 82,4% janeiro de 2012. Em fevereiro de 2011, esse percentual era 83,4%. As horas trabalhadas cresceram 2,2%, nesse mesmo tipo de comparação.

O emprego ficou estável em fevereiro na comparação com o mês anterior. Na comparação com fevereiro do ano passado, o emprego cresceu 0,4%. De acordo com Flávio Castelo Branco, a tendência é moderação no mercado de trabalho do setor.

continua após a publicidade