Brasília – A indústria brasileira pretende investir, em 2008, mais que nos anos anteriores, revelou pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita com 1.655 empresas entre 27 de setembro e 8 de novembro. Foram ouvidas 245 empresas de grande porte, 506 de nível médio e 904 pequenas empresas.
Os resultados da sondagem foram anunciados nesta quarta-feira (21) pelo coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Segundo ele, os investimentos para o próximo ano se concentrarão no mercado interno porque o dólar baixo reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
De acordo com o levantamento, 73% das empresas industriais responderam que o foco do investimento planejado é para atender, prioritariamente, a demanda do mercado doméstico. Apenas 5% das empresas consultadas têm o mercado externo como meta, enquanto 22% delas pretendem aumentar o fornecimento tanto aqui quanto no exterior.
Castelo Branco revelou que, em 2004, o percentual das empresas voltadas para a produção externa era de 11%. ?A valorização do real em relação ao dólar afastou principalmente as pequenas empresas?, declarou Castelo Branco.
Segundo a pesquisa, 85% das empresas realizaram os investimentos planejados para este ano ? 43% cumpriram totalmente os investimentos. Esse índice é maior que os 36% do ano passado. De acordo com o economista da CNI Paulo Mol, a entidade espera que o nível de investimento aumente mais ainda no próximo ano por causa da estabilidade econômica.
O nível de investimentos é maior nas empresas de grande porte, que efetivaram 67% da programação financeira, enquanto 29% das aplicações planejadas foram parcialmente realizadas e apenas 4% das intenções de investimento foram adiados ou cancelados. Nas pequenas empresas, 32% do planejamento inicial foi cumprido de forma integral e 21% foram adiados. Para Mol, isso decorre, em parte, por causa das dificuldades de crédito das indústrias menores.
As restrições de crédito, revelou o levantamento, fizeram com que 22% dos empresários de pequeno porte tenham respondido que estão com capacidade produtiva insuficiente para atender à demanda prevista para 2008, contra 14% das grandes empresas e 19% das médias.
Por setor de atividade, as indústrias que mais investiram e pretendem manter o ritmo de aplicações são as que produzem álcool, bebidas, metalurgia, materiais elétricos, veículos automotores e máquinas e equipamentos. As maiores quedas de investimentos ocorreram nas indústrias de móveis, artigos de couro, calçados, madeira e borracha.
