CNI prevê mercado de trabalho mais fraco

O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou nesta terça-feira, 03, que é provável que o emprego mostre um ritmo de expansão mais fraco nos próximos meses, refletindo um consumo menos favorável. “Podemos esperar mercado de trabalho mais fraco”, disse. Os dados dos indicadores industriais divulgados na manhã desta terça-feira pela CNI apontam retração de 0,6% no emprego em abril ante março e uma alta de 0,4% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Castelo Branco lembrou que o mercado de trabalho reflete de maneira mais lenta o ritmo da economia. Por isso, o ritmo fraco da atividade industrial no início deste ano deve impactar os dados de emprego nos próximos meses de 2014. “O ritmo da atividade industrial continua muito fraco. Havia expectativa de melhora no início do ano, mas ainda não observamos. As dificuldades da economia se refletem no ritmo produtivo da indústria, até por conta da dificuldade de competir com mercado estrangeiro”, apontou o economista.

Segundo ele, esse quadro está ligado, por exemplo, à inflação e à elevação das taxas de juros, que continuam em níveis mais elevados. “Isso se reflete em condições de financiamento e no endividamento de consumidores”, disse, acrescentando que tanto empresários quanto consumidores estão com confiança baixa. “Com confiança baixa, os consumidores ficam menos propensos a compras”, concluiu. Os indicadores ligados à produção, como horas trabalhadas e utilização da capacidade instalada, não mostraram melhora. A utilização da capacidade instalada se manteve em 81,1%, mesmo nível de março, mas abaixo dos 83,1% registrados em abril do ano passado. As horas trabalhadas recuaram 0,1% ante março e 5,9% ante abril de 2013.

“Para reverter a situação atual, precisamos atuar pela redução do custo de produção e tornar projetos de investimento atrativos”, afirmou. Questionado sobre o anúncio do governo federal de permanência da política de desoneração da folha de pagamentos para os segmentos que hoje já estão contemplados, Castelo Branco disse que não há impactos nos curto prazo, dado e que a mudança é para o próximo ano. “Isso melhora o quadro de confiança das empresas para os próximos meses”, ponderou.

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