O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol, afirmou nesta terça-feira (7) que não espera uma alteração na atividade industrial no segundo semestre de 2007. "Não vejo nada no segundo semestre que possa reverter o quadro do primeiro semestre: consumo forte, demanda internacional forte por alguns produtos brasileiros, principalmente básicos, e o câmbio não deve se alterar muito no próximo semestre. Então com um cenário parecido, a atividade industrial deve se manter bastante parecida com este início de ano", afirmou em entrevista coletiva para analisar os indicadores industriais de junho.

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Mol destaca, no entanto, que o crescimento do indicador de vendas reais, que mede o faturamento das empresas, poderia ter um crescimento muito maior não fosse a valorização do real. "As vendas subiram 2,7% no primeiro semestre. É mais que em 2006, mas muito aquém do que poderia crescer dado o crescimento das horas trapalhadas na produção", avaliou. Ele disse que, no primeiro semestre de 2004, as vendas reais registraram uma expansão em torno de 5% com o indicador de horas trabalhadas no mesmo patamar deste ano."As vendas cresceram metade do que cresceu em 2004 tendo um crescimento da produção similar", destacou.

O economista disse ainda que está havendo uma queda nos salários médios pagos pela indústria. Em janeiro a remuneração paga pelo setor cresceu 7,8% em relação ao mesmo mês de 2006. Esse porcentual vem caindo mês a mês e atingiu 1% em junho na comparação com junho de 2006. "Como o salário médio vem crescendo menos do que a geração de emprego na indústria, significa que empregos menos qualificados estão sendo criados dentro da indústria de transformação", avalia Mol. Pode ser, por exemplo, a contratação de mão-de-obra para o corte da cana e produção do açúcar e álcool que são empregos com salários abaixo da média da indústria.

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