O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), voltou a defender ousadia na redução da taxa de juros. Durante discurso na reunião de apresentação de plano diretor de mercado de capitais, Monteiro Neto disse que a política econômica deve ser dirigida para permitir que a redução de juros seja feita de “forma sustentável, mas de modo mais ousado”.
Segundo ele, isso evitaria que a taxa de juros permanecesse em patamar tão alto por tanto tempo. Monteiro Neto disse ainda que o sistema de financiamento no Brasil não tem sido capaz de oferecer recursos no volume e condições adequados para a modernização e crescimento do setor produtivo.
“O financiamento às empresas no Brasil é inadequado e insuficiente e, para padrões internacionais, apresenta as maiores taxas de juros reais nos empréstimos”, disse.
Ele cobrou do governo a revisão do sistema tributário, que segundo ele, impõe distorções sobre a cadeia produtiva e onera os custos de empréstimos para as empresas.
Segundo ele, se o País dispuser de crédito a custos e condições similares aos padrões internacionais, além de poupança interna e um sistema tributário que não onere os investimentos e as exportações, a taxa de crescimento poderá ser duplicada.
O presidente da Confederação Nacional de Bolsas, Carlos Alberto Reis, também presente na solenidade, criticou o fato de a tributação sobre ganhos de renda fixa ter sido igualada à tributação de ganhos de renda variada. Segundo ele, essa medida do governo anterior não teve “justificativa cabível”. Os ganhos obtidos em operação de renda fixa e variável são tributadas em 20% pelo Imposto de Renda.