O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, pediu ao ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, que o governo inicie um programa de desoneração de investimentos através de medidas pontuais, mais fáceis de serem aprovadas no Congresso, e não esperar por uma reforma tributária.
De acordo com Andrade, a CNI propôs a desoneração de investimentos, da folha de pagamento e a unificação das políticas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). “Depende ainda de vontade política, mas a experiência que temos é de que nos países europeus onde foi feita uma reforma, ocorreu por partes e a longo prazo, começando pelo que era mais consenso”, explicou.
Andrade pediu também que o governo faça a defesa comercial dos produtos brasileiros que, de acordo com ele, hoje sofrem com o fato de terem de cumprir uma legislação que não é exigida de produtos importados. “É necessário que os produtos que venham para o Brasil tenham a mesma legislação que os fabricados no Brasil”, explica. A resposta de Palocci, de acordo com o presidente da CNI, foi propor que a confederação apresente propostas concretas para serem analisadas pelo governo.
O presidente da CNI afirmou que não se tratou de câmbio na conversa, mas criticou as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo está preocupado com o câmbio e haverá um ajuste fiscal. Andrade afirmou que não há como o setor produtivo se sentir “acalmado” se não houver medidas concretas sendo anunciadas. “Não nos sentimos acalmados porque não sabemos o que vai ser feito”, afirmou, para em seguida contemporizar: “Mas são apenas dois dias de governo. Temos que aguardar um pouco”.