O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou que a “forte queda do PIB no último trimestre de 2008 explicita a intensidade dos impactos da crise econômica global sobre a economia brasileira e a urgência de se implementar medidas de combate a seus efeitos”. O Produto Interno Bruto caiu 3,6% no último trimestre em relação ao terceiro trimestre, segundo dados do IBGE divulgados hoje.
Em nota divulgada pela assessoria da CNI, Monteiro Neto avalia que a “conjunção de inédita crise de crédito, a retração do comércio internacional, as perspectivas de prolongada recessão mundial e forte reversão de expectativas causaram a abrupta inflexão na trajetória de crescimento do PIB nacional”.
“As dificuldades com o crédito e com as exportações levaram à suspensão parcial da produção em segmentos importantes da indústria, com reflexos nas cadeias produtivas e nas expectativas”, disse o presidente da CNI para explicar o recuo de 7,4% do PIB da indústria no quarto trimestre do ano passado.
Para o dirigente, os dados do PIB mostram a necessidade de ações mais intensas e abrangentes para evitar o início de um processo recessivo no Brasil. “É crucial aproveitar, na plenitude, o espaço que existe na política monetária e promover, no curto prazo, reduções de juros mais intensas”, disse. “Esse é o comportamento comum a todas as economias mundiais, nas quais o risco de recessão é muito superior ao risco de inflação”, complementou.
Para Monteiro Neto, “a política econômica tem de utilizar todos os instrumentos para minimizar os impactos da retração da atividade e criar as condições para a retomada”. “É urgente recuperar o crédito, em termos de volume e de custo, aos agentes domésticos e promover mecanismos de substituição das linhas externas às exportações, muito reduzidas com a crise financeira internacional”, acrescentou. Ele ainda defendeu medidas de desoneração do investimento. Segundo ele, isso é “imprescindível” e é uma “variável fundamental para a construção da recuperação”.