O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, disse que o investimento deverá ter uma recuperação mais forte a partir de 2010. Segundo ele, a decisão de investir é de cada empresa e reflete fatores como expectativa de demanda futura, custos envolvidos e grau de utilização da capacidade instalada. “Quando a empresa sentir a necessidade, ela vai investir”, afirmou.
Para Castelo Branco, apesar de o investimento ainda estar incipiente, o grau de ociosidade da indústria é elevado, alguns investimentos iniciados em 2008 ainda estão em maturação e, por isso, não há risco de inflação no médio prazo. “O risco de pressão inflacionária por conta de utilização da capacidade instalada é muito pequeno. Não devemos nos preocupar com o grau de utilização agora”, afirmou.
Emprego
Castelo Branco afirmou também que o principal destaque dos indicadores industriais divulgados hoje pela entidade foi a alta no emprego. Segundo ele, os sinais são de que o ajuste no mercado de trabalho acabou e que se iniciou um novo ciclo de elevação no emprego, acompanhando a retomada da indústria, para o qual ainda não é possível prever duração nem intensidade. O economista avalia que ainda é cedo para se prever quando os indicadores voltarão ao nível pré-crise, mas ele acredita que no quarto trimestre o desempenho do segmento industrial será mais intenso do que vem se mostrando até o momento.
O mês de agosto mostrou uma situação diferente do que previa a CNI. A entidade esperava que as horas trabalhadas na indústria cresceriam, puxando o emprego em seguida. Mas o que ocorreu foi uma alta do emprego e uma queda nas horas trabalhadas. Castelo Branco disse não ter elementos para explicar o movimento. “Há de fato um descompasso entre emprego e horas trabalhados, mas que a gente não consegue explicar”, disse.