O economista Paulo Mol, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou nesta quinta-feira (7) que a entidade espera números "bastante grandes" para o começo de 2008 na produção industrial. Segundo ele, a CNI acredita que as taxas de crescimento da atividade do setor no começo de 2008 serão mais fortes do que em 2007. "Este ano (2008) começa bastante embalado para as vendas industriais", disse Mol.

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Mol informou que a avaliação da CNI é a de que, se for mantido ao longo de 2008 o mesmo ritmo de produção de 2007, o crescimento das vendas reais já será de 4,8% – número um pouco menor do que o registrado no ano passado, de 5,1%, mas ainda considerado importante para a CNI.

O economista explicou que os 4,8% são um "carregamento estatístico" do resultado de 2007 e que, para esse porcentual se concretizar, será necessário que não haja desaceleração do ritmo atual. Mol avalia que a indústria deverá manter os investimentos previstos para este ano, porque os fatores que sustentaram o setor em 2007 continuam presentes em 2008, como, por exemplo, o crescimento da massa salarial e a expansão do crédito. O economista destaca, porém, que a previsão da CNI para a indústria em 2008 prevê uma desaceleração da atividade em relação a 2007, em função do cenário de redução do ritmo da economia dos Estados Unidos, que deve ter algum impacto nos países emergentes. "(Mas) Não está claro nem nos EUA nem nos países emergentes como essa crise irá afetá-los", observou.

Mol disse que outro fator de preocupação é uma possível crise energética no Brasil, motivo de temores no início do ano, quando os reservatórios de água das usinas hidrelétricas estavam abaixo do nível ideal. "Embora a gente tenha adiado o problema, já que as chuvas parecem ter voltado, uma crise energética é um problema importante, porque pode interromper um ciclo de crescimento mais intenso.

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