O consumidor brasileiro está menos pessimista em relação à renda, situação financeira, endividamento, inflação e desemprego, segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) divulgado nesta quarta-feira, 29, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o indicador em julho subiu 1,8% em relação a junho, o que indica uma ligeira melhora da confiança. Apesar disso, o índice de 97,9 pontos é o segundo menor da série iniciada em junho de 2001. Na comparação com o mesmo mês de 2014, o índice registrou uma queda de 10,6%.
De acordo com a pesquisa, dos seis componentes do Inec – inflação, desemprego, renda pessoal, compras de maior valor, endividamento e situação financeira -, apenas a expectativa de consumo de bens de maior valor caiu em relação a junho, uma queda de 2,1%.
“Os índices estão melhores quando comparamos com junho deste ano, menor valor de toda a série histórica. Quando olhamos para julho de 2014, no entanto, vemos que agora os consumidores estão menos confiantes. Isso ocorre porque a piora no cenário econômico ficou mais evidente este ano, em que os juros, inflação e taxa de desemprego estão maiores”, afirma o economista da CNI Fábio Guerra, em nota divulgada pela entidade.
Entre os componentes do índice, a expectativa de melhora da renda pessoal foi a mais significativa. O índice aumentou em 5,5%, o que, na avaliação da CNI, significa que os trabalhadores estão com uma perspectiva mais positiva para a própria renda nos próximos seis meses do que estavam em junho.
Os índices de expectativa de desemprego e situação financeira também apresentaram crescimento neste mês. Com relação à expectativa de desemprego, o indicador cresceu 3,1%, o que indica que de junho para julho mais pessoas passaram a acreditar na redução futura da taxa de desemprego. O indicador que mede a expectativa com relação à situação financeira cresceu 4,3%, o que, na avaliação da CNI, sinaliza melhora nas finanças dos consumidores de acordo com a própria avaliação deles.
A CNI destaca, no entanto, que os índices que cresceram de junho para julho ainda estão bem abaixo do nível registrado em julho de 2014. “Tal comportamento revela que, de forma geral, os consumidores estão atualmente menos satisfeitos do que estavam há 12 meses e também enxergam o futuro próximo – horizonte de seis meses – com menos confiança do que enxergavam em julho do ano passado”, diz o documento.
A pesquisa foi feita em parceria com o Ibope e foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios entre 16 e 22 de julho.