A taxa de inadimplência apresentou queda de 5,88% em setembro deste ano em relação a agosto, segundo levantamento apresentado hoje pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base no número de registros incluídos no SPC Brasil. Houve queda de 3,85% na taxa ao compará-la com setembro do ano passado. Segundo a CNDL, no acumulado do ano, a taxa de inadimplência teve variação negativa de 12,01%.
Segundo o presidente da entidade, Roberto Alfeu Pena Gomes, esses resultados favoráveis devem-se ao aumento da oferta de empregos e da renda real do trabalhador, além de taxas menores de juros. Em setembro, na comparação com agosto, houve queda de 4,04% no número de consultas ao SPC para compras a prazo e pagamentos em cheque. Também houve queda de 2,23% nessas mesmas consultas no mês passado em relação a igual período de 2008. No entanto, de janeiro a setembro deste ano, ante mesmo período de 2008, houve um aumento 2,57% do número de consultas ao SPC. Segundo Pena Gomes, isso significa que o comércio está aquecido.
A queda no número de consultas no mês de setembro se deve, segundo Pena Gomes, a um endividamento maior do consumidor. Ele explicou que setembro apresenta tradicionalmente um baixo volume de vendas no comércio porque os consumidores comprometem a renda nos meses anteriores em datas comemorativas como Dia dos Namorados e Dia dos Pais e nas liquidações de inverno. O levantamento da CNDL é feito com base no cadastro de consumidores que conta com 150 milhões de CPFs em todo o Brasil.
Natal
O presidente da CNDL previu que o Natal deste ano terá um crescimento de 4% nas vendas em relação às vendas em igual período do ano passado. “Estamos saindo do Natal da crise de 2008 para o Natal da recuperação em 2009”, afirmou ele. A previsão, segundo Gomes, pode ser feita com base na expectativa de que haverá liberação de R$ 3 bilhões com a restituição do Imposto de Renda e a entrada de R$ 78 bilhões com o pagamento do 13º salário.
Segundo ele, as vendas no Dia das Crianças deste ano apresentaram crescimento entre 5% a 8% em relação às vendas na mesma data comemorativa do ano passado, o que mostra que o consumidor “está mais confiante”. “Esse crescimento indica também uma recuperação nas vendas do Natal”, completou ele. Gomes acrescentou que, para colaborar com o mercado aquecido, há previsão de criação de 120 mil empregos temporários este fim de ano nos vários setores econômicos, o que representa 7% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Deste total, 50 mil empregos deverão ser criados somente no setor de comércio.
Ele citou também as indicações que possivelmente haverá uma renovação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos da chamada linha branca, especialmente fogões e geladeiras. Ele elogiou essa iniciativa do governo, adotada para enfrentar os efeitos da crise financeira, mas disse que ainda pesam para os consumidores os altos juros cobrados nos cartões de crédito e a carga tributária em torno de 40%.