economia

CNC: política impede alta da confiança do comércio, apesar da melhora do cenário

A crise política está impedindo uma melhora na confiança dos comerciantes brasileiros, a despeito das boas notícias vindas da inflação e do crédito, avaliou o economista Bruno Fernandes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Desde maio, quando foi divulgada a notícia sobre a delação do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo de proteína animal JBS, envolvendo o presidente Michel Temer, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) vem recuando. Em agosto, o indicador atingiu 103,1 pontos, uma queda de 0,3% em relação ao mês anterior, a terceira retração consecutiva.

“Essa crise política, que gera uma indefinição política, diminui a velocidade de recuperação da atividade econômica. O empresário fica menos confiante, a intenção de investimentos fica menor”, explicou Fernandes.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, porém, o Icec cresceu 14,6% em agosto de 2017, como reflexo do arrefecimento da inflação, que deixa de pressionar o poder de compra das famílias, e da redução no custo do crédito, que favorece o consumo doméstico. “Poderíamos ter um cenário ainda melhor se estivesse ocorrendo também uma evolução maior no mercado de trabalho”, lembrou o economista da CNC.

Em agosto, o subíndice que mede a percepção dos comerciantes sobre as condições correntes chegou a 74,2 pontos, um salto de 57,1% na comparação com agosto de 2016. Em relação a julho deste ano, o aumento foi de 1,1%.

O subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio teve queda de 3,1% na comparação com julho, mas avanço de 3,5% ante agosto de 2016. Já o subíndice que verifica as intenções de investimento do comércio registrou leve aumento de 0,4% em agosto ante julho. Na comparação anual, houve um avanço de 9,2%.

“O empresário enxerga que, apesar da melhora no cenário econômico, a atividade econômica ainda está fraca. O pior ficou para trás, mas ainda não está nenhuma maravilha, a recuperação ainda é lenta”, concluiu Fernandes.

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