A intenção de consumo das famílias brasileiras cresceu 0,6% em setembro, na quinta alta mensal seguida, atingindo 135,2 pontos neste mês, segundo a Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF-Nacional), divulgada hoje pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). No acumulado do terceiro trimestre deste ano, a intenção de consumo aumentou 1,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas caiu 0,4% ante os três primeiros meses de 2010.
Segundo o documento de divulgação da pesquisa, as famílias mais pobres estão mais otimistas com suas intenções de consumo (alta de 0,8% no índice de setembro) do que as famílias mais ricas (queda de 0,8% no mês). No que diz respeito aos indicadores regionais, o destaque deste mês foi o Nordeste (com alta de 2,0% no índice em setembro), responsável por 50% da alta do ICF no mês. “Os resultados revelam uma elevada satisfação das famílias em relação as suas condições de consumo atuais”, observaram os economistas da CNC no documento de divulgação.
Por sua vez, apesar da intenção de consumir mais, houve aumento na inadimplência e no endividamento dos consumidores. Segundo o texto, “a sustentação da confiança dos consumidores em patamares elevados e o reaquecimento do consumo no terceiro trimestre tiveram reflexos no aumento do endividamento e da inadimplência em setembro”. O porcentual das famílias endividadas oscilou de 59,1% em agosto para 59,2% em setembro. Destas, 9,0% disseram, em setembro, não terão condições de pagar suas dívidas, ante 8,8% em agosto.
Os números de endividamento são parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic-Nacional), também divulgada hoje. O estudo mostra que 4,2% das famílias endividadas com renda superior a dez salários mínimos não terão condições de quitar suas dívidas, segundo o levantamento de setembro, ante 2,9% na pesquisa de agosto. O cartão de crédito é o principal tipo de dívida para 71,5% das famílias endividadas, seguido pelos carnês (24,6%) e pelo crédito pessoal (10,7%).