CNC: famílias estão mais otimistas em relação às dívidas

Embora o endividamento das famílias brasileiras tenha aumentado na passagem de janeiro para fevereiro, os consumidores estão mais otimistas em relação às suas dívidas, disse Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O porcentual de famílias que se considera muito endividada recuou de 12,0% em janeiro para 11,8% em fevereiro. Em fevereiro de 2012, esse total era de 13,0%. Segundo Marianne, o resultado é sinal de que ainda há espaço para que as famílias continuem consumindo. “A perspectiva é positiva por conta da inadimplência. O endividamento aumentou mais do que a inadimplência”, explicou a economista. “O custo do crédito caiu bastante, e a renda está crescendo mais do que a inflação. O próprio crescimento do crédito está mais compatível com o crescimento da renda”, acrescentou.

O montante de famílias endividadas passou de 60,2% em janeiro para 61,5% em fevereiro. Já o total de inadimplentes saiu de 21,2% para 22,1% no período. “Nessa época do ano, é normal ter aumento no endividamento por conta do reajuste de tarifas, da incidência de impostos e dos gastos extras com material escolar. As famílias não conseguem fechar as contas e acabam recorrendo ao crédito”, contou Marianne.

Em fevereiro, a alta no endividamento foi puxada pelas famílias com faixa de renda mais baixa, de até dez salários mínimos. Nessa faixa de renda, o porcentual que declarou ter dívidas saiu de 61,5% em janeiro para 63,1% em fevereiro. Por outro lado, houve recuo no número de endividados entre a faixa mais rica, que recebe acima de dez salários mínimos: o total de endividados passou de 54,2% para 54,0%.

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