Apesar de ter registrado alta na receita bruta em novembro de 2014 na comparação com igual mês de 2013, em termos nominais, o setor de serviços teve resultado negativo quando considerada a inflação. “Quando deflacionamos o dado e consideramos a inflação anual na casa de 8,4%, percebemos que a receita real de serviços caiu 4,7% no período”, explica o economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes.
Segundo informou na manhã desta quinta-feira, 22, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a receita bruta nominal do setor de serviços cresceu 3,7% em novembro de 2014, ante igual mês de 2013.
Segundo o especialista, o resultado do penúltimo mês do ano passado confirma uma trajetória de deterioração do segmento. “Além disso, quando se avalia o volume de vendas no comércio, o resultado também não é bom”, acrescentou. Bentes pondera que a desaceleração do setor é preocupante devido ao peso que a atividade tem no mercado de trabalho. “O setor é o maior empregador e responde também por mais da metade da criação de vagas nos últimos anos”, explicou.
Para ele, os reflexos do mau momento de serviços devem começar a se espalhar para a economia brasileira. “Com menos renda e menos vagas criadas, a ajuda que o setor vai dar para a economia em termos de crescimento econômico tende a ser menor”, ponderou.
A projeção do economista sênior da CNC para 2014 é que a receita real de serviços fique negativa entre 2% e 2,5%. “Esta vai ser a primeira queda anual da receita real do setor (desde o início da série histórica em 2012)”, destacou.