São Paulo

  – Com a aprovação ontem, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), do adicional de R$ 800 milhões para o Moderfrota, a indústria de máquinas agrícolas espera já para março um aumento nas vendas. Em janeiro, primeiro mês em que os recursos não estiveram disponíveis, a venda interna de máquinas agrícolas caiu 42,4% em relação a dezembro e 34,6% ante o mesmo mês de 2002. Os números referentes a fevereiro ainda estão sendo compilados, para divulgação no dia 11, mas a expectativa, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Pérsio Pastre, também diretor de Relações Externas da New Holland, é de que as vendas neste mês também registrem queda. No entanto, mesmo que os recursos demorem de duas a três semanas para serem efetivamente oferecidos ao produtor, Pastre acredita que a partir de hoje os negócios com tratores e colheitadeiras voltem a ser retomados.

“Tanto o produtor como a indústria aguardavam a confirmação dos recursos para o Moderfrota para poder trabalhar com regras claras e fixas”, disse Pastre. Segundo ele, as mudanças anunciadas quanto à diminuição do prazo de financiamento e aumento dos juros são “perfeitamente administráveis”.

“Quando o Moderfrota foi lançado, em 2000, o setor agrícola enfrentava dificuldades financeiras. Três anos depois, a agricultura tomou fôlego e conseguiu capitalizar-se”, diz. Os recursos anunciados hoje serão liberados para utilização no período restante do ano-safra 2002/03 , que termina em junho.

O produtor que recorrer ao financiamento pagará juros de 9,75% se tiver renda até R$ 150 mil anuais e de 12,75% se a renda for superior a R$ 150 mil. Antes, os juros eram de 8,75% para produtores com renda bruta anual de R$ 250 mil e de 10,65% para os que têm renda superior a R$ 250 mil. O prazo de pagamento para o financiamento também caiu: de 8 anos para 6 anos na compra de colheitadeiras e de 6 para 5 anos no caso dos tratores.

O limite para financiamento é de 100% do valor do equipamento para produtores com renda bruta anual abaixo de R$ 150 mil e de 80% para produtores com rendimento superior a R$ 150 mil. Quanto ao total de recursos anunciados – R$ 800 milhões e não o R$ 1 bilhão inicialmente estimado pelo secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin -Pastre diz que o montante leva em consideração o fato de a liberação acontecer no terceiro mês do semestre.

Segundo ele nos próximos quatro meses o setor de máquinas agrícolas deverá recuperar a queda das vendas registradas em janeiro e fevereiro, e fechar o ano com crescimento de 5% no mercado interno e de 10% no mercado externo.

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