O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o alongamento por 12 anos de financiamentos que somam cerca de R$ 44 milhões, referentes à colheita de café da safra 2000/01. O alongamento vale para os contratos assumidos após o dia 23 de junho do ano passado. “Os produtores que optarem por alongar a dívida assumida após essa data terão os mesmos direitos dos que foram beneficiados por medida similar aprovada recentemente”, afirmou o assessor para assuntos de agricultura do Ministério da Fazenda, Gerardo Fontelles.
A Medida Provisória do endividamento agrícola, anunciada em outubro de 2001, só contemplava com a possibilidade de alongamento os produtores de café que tivessem fechado os contratos até 23 de junho de 2001. Fontelles esclareceu ainda que os produtores terão prazo de carência para pagamento de três anos, com taxas de juros de 8,75% ao ano e bônus de adimplência de 3,75% ao ano. Os produtores que optarem pelo alongamento da dívida terão prazo até 31 de outubro para assinar os novos contratos.
O assessor para assuntos de agricultura do Ministério da Fazenda, Gerardo Fontelles, acredita que o alongamento da dívida dos cafeicultores permitirá ao setor conseguir os recursos disponíveis nos bancos para estocagem. “Os produtores não conseguiam o crédito para estocagem porque havia essa pendência do alongamento da dívida de colheita referente à safra 2000/01”, afirmou.
Os cafeicultores reclamam que a liberação dos recursos para estocagem está atrasada. Eles prometiam uma série de protestos nas regiões produtoras do País. O governo liberou recentemente R$ 690 milhões para estocagem da atual safra. Desse total, estima-se, R$ 290 milhões já foram liberados.
Com a aprovação do alongamento da dívida da colheita referente à safra 2000/01, os cafeicultores não têm mais dívidas com vencimento no curto prazo.
“Os produtores de café não têm dívidas de curto prazo, por exemplo, com vencimento durante a colheita ou mesmo de custeio”, afirmou Gerardo Fontelles. Segundo ele, todas as dívidas dos cafeicultores foram prorrogadas por um período de 12 a 24 anos. Ele estima que as dívidas que foram prorrogadas por 12 anos somem entre R$ 900 milhões e R$ 950 milhões.
Fontelles estima também que, no total, as dívidas do setor somem R$ 1,5 bilhão. Segundo ele, na reunião de hoje do CMN foram discutidos outros votos referentes ao café.