Apesar dos investimentos em segurança realizados pelas instituições financeiras e operadoras de cartões de crédito e débito, a clonagem de cartões continua sendo um problema comum. Só este ano, no Procon-PR, foram registrados 43 atendimentos relativos à clonagem. Os atendimentos vão desde simples solicitações de orientações até protocolo de reclamações.
Segundo a advogada do Procon-PR, Marta Favreto Paim, a clonagem pode acontecer tanto no trajeto do cartão da operadora para a casa do cliente, quando a entrega é feita pelos Correios, quanto na utilização do cartão em caixas eletrônicos ou máquinas de efetivação de pagamentos. “Quadrilhas confeccionam máquinas que fazem a leitura das características do cartão e realizam a clonagem, também obtendo a senha do proprietário”, afirma.
O consumidor não tem muito como se proteger da clonagem. Ele pode apenas preferir utilizar cartões com chip e não solicitar ou aceitar cartões sem utilidade. Ao tomar conhecimento de um gasto não realizado, deve entrar imediatamente em contato com o banco ou a operadora do cartão e solicitar o bloqueio do mesmo.
“O estabelecimento que aceitou a compra sem pedir assinatura do cliente ou verificar sua identidade deve ser responsabilizado e ressarcir o débito. Já os bancos e operadoras de cartão devem ser responsabilizados se permitiram o uso de um cartão que o proprietário pediu que fosse bloqueado”, explica Marta.
Na busca de seus direitos, o consumidor deve primeiro procurar o estabelecimento e explicar que determinada compra não foi realizada por ele. Se o estabelecimento não aceitar fazer o ressarcimento, o consumidor deve buscar ajuda no Procon ou acessar o Poder Judiciário.
O advogado Alceu Machado Neto, especialista em Direito do Consumidor, também lembra que quadrilhas podem ter acesso a dados de consumidores através de compras feitas pela internet. “Através da internet, pessoas podem conseguir todos os números de um determinado cartão e os dados de seu proprietário. Por isso, a dica é tentar comprar apenas de sites considerados seguros e confiáveis”.
Vítima
O analista de sistemas C.M.P. teve seu cartão clonado no ano de 2008. Ele conta que estava utilizando o cartão normalmente quando recebeu uma ligação do setor de segurança de seu banco informando sobre a clonagem. “Disseram que meu cartão seria bloqueado porque eu havia passado por um ponto suspeito de clonagem”, conta.
Dias após o cancelamento, o analista entrou no internet banking e percebeu que haviam várias tentativas frustradas de acesso à sua conta. “Provavelmente os responsáveis pela clonagem iam tentar realizar movimentações financeiras através do site, o que não chegou a acontecer”.
Como o acesso ao site também foi bloqueado por número de tentativas frustradas, C.M.P. não teve prejuízos financeiros. Porém, precisou procurar sua agência bancária para fazer outro cartão e cadastrar nova senha.
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