Rio
– Uma nova safra agrícola recorde no País, considerada como certa no final do ano passado, pode estar comprometida por problemas climáticos, alertou ontem o chefe do Departamento de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Alberto Lauria. O instituto divulgou uma estimativa de safra, relativa a fevereiro 1,89% menor do que a prevista em janeiro, o que significa uma redução de 2,5 milhões de toneladas entre as duas projeções, por causa de problemas climáticos em importantes regiões produtoras de soja.Em janeiro, a previsão era de 132,97 milhões de toneladas. No levantamento de fevereiro, divulgado hoje, a safra caiu para 130 45 milhões, volume ainda assim 5,9% maior do que a safra anterior (recorde de 123,18 milhões de toneladas).
Mas Lauria já adiantou que a estimativa de março, a ser divulgada em abril, vai trazer uma nova revisão para baixo da safra por causa de problemas na soja no Rio Grande do Sul e, ainda, por adversidades no clima e atrasos no plantio do milho segunda safra em algumas regiões. “As próximas estimativas também serão menores, pois os problemas climáticos no Sul do País e no Centro-Oeste não foram contabilizados em fevereiro. Ainda é cedo para dizer se haverá queda na safra em relação ao ano passado. Será preciso esperar uns dois meses para uma avaliação melhor”, disse Lauria, que, no entanto, não descarta a possibilidade de uma redução na safra 2003/2004 em relação a colhida em 2002/2003.
Soja
Produto responsável por cerca de 45% da safra total do País, a soja está sendo a principal prejudicada pelos problemas climáticos. Segundo o IBGE, a safra de soja agora deverá alcançar 56,9 milhões de toneladas, volume 3,43% inferior à estimativa de janeiro (58,9 milhões de toneladas).