As chuvas acima da média histórica, previstas para acontecerem durante o primeiro trimestre do ano nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, deverão trazer preocupação, no Paraná, apenas para a primeira safra do feijão, que já está em fase de colheita.

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A maioria das outras principais culturas do Estado deverá se beneficiar do clima úmido esperado, havendo boa possibilidade de safra cheia. As informações são da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou ontem um boletim de avaliação de impactos nas culturas, relativo aos três primeiros meses do ano.

“Pelo que temos acompanhado, a previsão é de clima normal nos próximos meses. As chuvas beneficiam a soja e o milho, principalmente, mas prejudicam a colheita do feijão”, avalia o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab. Segundo ele, no período de desenvolvimento o feijão é mais sensível à seca. Já na colheita, o problema é com o excesso de umidade.

No entanto, Hubner afirma que as lavouras do produto estão bem desenvolvidas, o que pode amenizar eventuais prejuízos trazidos pela chuva. De acordo com o último relatório de acompanhamento de safra do Deral, concluído no último dia 11 (um novo levantamento deve ser divulgado hoje), 40% da primeira safra de feijão está colhida.

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O agrônomo informa que uma avaliação mais detalhada da cultura ainda deverá ser concluída até o final do mês. Conforme a Conab, o Paraná tem a maior (37,8%) produção nacional de feijão, na primeira safra.

Otimismo

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O boletim da Conab, por outro lado, mostra otimismo em relação às outras culturas paranaenses no primeiro trimestre. Para os técnicos do órgão, a soja, o milho primeira e segunda safras, o arroz, o feijão segunda safra, o algodão, a cana-de-açúcar, o café e os citros devem ser favorecidos pelas chuvas um pouco acima da média.

Contudo, o documento alerta os produtores para que efetuem os devidos controles fitossanitários, já que há, em todas as lavouras, maior possibilidade de incidência de doenças causadas por fungos, devido ao excesso de umidade.

As chuvas, de acordo com a Conab, favorecem tais culturas mesmo a maioria estando em fases diferentes das safras. No caso do feijão segunda safra, em que o Paraná responde por 18,4% da produção nacional, até fevereiro as fases serão de plantio e desenvolvimento vegetativo.

No milho primeira safra, a fase no Estado, que detém 22,9% da produção no País, é de enchimento de grãos. Já a segunda safra (38,9% da produção nacional) entra em plantio em fevereiro. A soja (20,5%) está na fase de floração e a cana-de-açúcar (7,4%), entre as fases de plantio e desenvolvimento vegetativo.

O prognóstico da Conab, que aponta previsões semelhantes da paranaense para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, foi elaborado em consenso entre o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e centros estaduais de meteorologia.