O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina melhorou de 72 pontos para 74 pontos na passagem do trimestre encerrado em janeiro para o trimestre encerrado em abril, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão Ifo. Foi o segundo avanço consecutivo registrado pelo indicador. A alta de abril foi determinada pela melhora das expectativas, uma vez que o Índice de Expectativas (IE) subiu 4 pontos, de 84 para 88 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA) ficou estável em 60 pontos.

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“Estes resultados, no entanto, estão distantes de serem animadores. Primeiro porque todos os indicadores estão na zona desfavorável e abaixo da média histórica dos últimos dez anos. Segundo, porque a região está com desempenho relativamente pior do que o da média mundial. O ICE do mundo registrou uma pequena melhora e situa-se agora exatamente em 100 pontos, no limite entre as zonas de clima desfavorável e favorável”, ressaltou a Fundação Getulio Vargas (FGV), em nota oficial.

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Entre os 11 países alvos da pesquisa, apenas dois avançaram para o patamar considerado favorável em abril: Paraguai e Peru. O Paraguai já estava na zona favorável em janeiro e o aumento no indicador foi de apenas um ponto, para 105 pontos. No Peru, o ICE passou de 97 pontos em janeiro para 104 pontos em abril, com melhora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das expectativas. Segundo a FGV, o país terá eleições presidenciais no dia 5 de junho e, aparentemente, os dois principais candidatos são avaliados positivamente.

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Todos os outros países da América Latina registram ICE desfavorável, mas Brasil, Bolívia, Colômbia, México e Uruguai apresentaram tendência de melhora, com influência das expectativas. No Brasil, a percepção sobre a situação atual permaneceu no patamar mínimo, mas o Indicador das Expectativas (IE) cresceu 16 pontos. O ICE brasileiro saiu de 47 pontos em janeiro para 55 pontos em abril.

Os países que tiveram queda ou estabilidade do ICE entre janeiro e abril foram Chile, Argentina, Venezuela e Equador. No Chile, o baixo preço do cobre e os debates sobre reformas trabalhistas são alguns dos fatores ressaltados por especialistas para explicar a queda no ICE de 65 pontos para 50 pontos no período. Na Argentina, as expectativas com o novo governo se acomodaram, e o ICE caiu de 109 pontos para 97 pontos. Equador e Venezuela permaneceram na mesma posição de janeiro de 2016, com ICEs em 44 pontos e 20 pontos, respectivamente. Em abril, o Brasil só ficou à frente do Chile, Equador e Venezuela.

A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia em todos os países da região. Para a edição até abril de 2016, foram consultados 1078 especialistas econômicos em 116 países, dos quais 127 da América Latina. A escala oscila entre o mínimo de 20 pontos e o máximo de 180 pontos. Indicadores superiores a 100 estão na zona favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.