A classe média brasileira é a que mais paga imposto sobre a renda entre os países da América do Sul. É o que mostra um levantamento feito pela consultoria Ernst & Young, com base na comparação do valor salarial a partir do qual o cidadão brasileiro começa a pagar a alíquota máxima aplicada pela Receita Federal, de 27,5%.
Foram pesquisados os salários equivalentes a R$ 2.743,25 em sete países, além do Brasil. ?O objetivo do estudo foi avaliar o peso da alíquota máxima, de 27,5%, sobre o cidadão de classe média que vive com um salário na casa de R$ 3 mil. Outros países possuem alíquotas máximas até superiores à nossa, mas elas incidem sobre a renda dos cidadãos mais ricos?, explica Frederico Good God, gerente sênior da área de consultoria tributária da Ernst & Young.
Dessa maneira, enquanto uma pessoa que recebe R$ 2.743,25 no Brasil repassa 27,5% de seu salário para o governo, quem recebe quantia equivalente na Colômbia paga 19%. A diferença é ainda maior em relação a países como Peru (onde quem recebe salário equivalente paga 15%) e Bolívia (13%). A maior discrepância encontra-se na comparação com o Chile, onde quem ganha salário equivalente desembolsa 5% – sendo a alíquota máxima de 40% -, e com a Venezuela, onde esse mesmo cidadão se enquadraria na faixa de isenção. O país que mais se aproxima da realidade tributária brasileira é a Argentina, com uma alíquota de 27% sobre essa faixa salarial – embora a alíquota máxima seja de 35%.