Claro será 3.ª operadora de celular no Paraná

Paranaenses terão uma terceira operadora de telefonia móvel a partir de novembro, quando entra em funcionamento a rede GSM da Claro. Hoje, as opções são a Tim Sul (TDMA e GSM) e a Vivo (CDMA). A nova marca nacional de telefonia celular foi anunciada ontem, em São Paulo, pela Telecom Américas, controlada pelo grupo mexicano América Móvil. A Claro unifica as operações de cinco empresas que atuavam na tecnologia TDMA e passarão a contar também com o GSM (ATL, Tess, Americel, Claro Digital e BCP Nordeste) e começa a operar em cinco novas áreas (Região Metropolitana de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Sergipe). Os investimentos na unificação operacional, expansão da rede e lançamento da nova marca no período 2003 a 2004 somam US$ 500 milhões, com previsão de gerar 8.500 empregos.

A Claro está presente em 16 estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, litoral e interior de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Acre, Rondônia, Rio Grande do Sul, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas) e o Distrito Federal, com 6,7 milhões de clientes. Com as novas licenças das bandas D e E adquiridas em 2002, passará a cobrir 20 estados, uma área com 139 milhões de habitantes (82% da população brasileira) e terá a maior cobertura GSM (Sistema Global de Comunicação Móvel) do País até o final do ano. Apenas Minas Gerais e a região Norte não estão nos planos imediatos da operadora. Até dezembro, a Claro planeja instalar 4 mil antenas GSM no País, que se somarão às 2.400 de TDMA. A tecnologia GSM é utilizada por 73% dos usuários de celular no mundo.

Mercado

No mercado brasileiro de telefonia móvel, a Claro tem 18% de market share. Segundo o diretor-presidente da companhia, Carlos Henrique Moreira, a meta é atingir um terço do mercado nacional de celulares até o final de 2005. No primeiro semestre de 2003, a receita das operadoras controladas pela América Móvil no Brasil cresceu 29,3%, alcançando R$ 1,3 bilhão. A holding Telecom Américas, que já investiu US$ 5 bilhões no País desde 2000, emprega 18 mil pessoas. O grupo mexicano América Móvil tem 37 milhões de clientes no México, Brasil, Argentina, Equador, Colômbia, Venezuela, Guatemala e EUA. No primeiro semestre de 2003, o faturamento do grupo foi de US$ 3,5 bilhões.

O presidente da Claro aposta que o crescimento da marca ocorrerá principalmente nas áreas de baixa penetração da telefonia móvel e com foco na população de baixa renda, através dos planos pré-pagos. Na região do Paraná e Santa Catarina, apenas 19,5% da população (cerca de 3 milhões de pessoas) possuem telefone celular, enquanto no Rio de Janeiro a taxa de penetração já chega a 38%. Estudos da Anatel apontam que, até 2005, 35% dos paranaenses e catarinenses terão um celular. “O mercado brasileiro de telefonia móvel deve alcançar 40 a 45% de penetração até 2005”, diz Moreira.

A Claro está investindo cerca de US$ 50 milhões na implantação da rede GSM no Paraná, com previsão de gerar 1,5 mil empregos. A cobertura inicial abrangerá Curitiba e mais 40 cidades que representam 50% da população paranaense. “Todas as cidades com mais de 150 mil habitantes (com exceção de Londrina) serão cobertas já no lançamento da operação”, detalha o diretor regional da Claro no Paraná e Santa Catarina, Raul Galhano. A Tim Sul, primeira a lançar a tecnologia GSM no Estado, está cobrindo somente Curitiba e Região Metropolitana e prevê a expansão para o litoral e principais cidades do interior até o final do ano. Segundo Galhano, a meta da Claro é alcançar 100% de cobertura GSM no Paraná até dezembro de 2005. Paraná e Santa Catarina são os únicos estados do País onde só existiam duas operadoras.

De início, a Claro projeta 70% das vendas de planos pré-pagos e 30% com conta, conforme Galhano. De acordo com ele, o ganho de escala proporcionado pela tecnologia GSM, devido à maior quantidade de fornecedores, resulta em aparelhos custando US$ 15 a US$ 20 menos que os TDMA. A operadora não revelou valores dos celulares. Embora não descarte subsídios para os aparelhos, o presidente da Claro não promete loucuras de preços.

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