Municípios com menos de 50 mil habitantes foram responsáveis pela geração de maior volume de empregos no Paraná no primeiro semestre desse ano. Enquanto o nível de emprego nessas cidades cresceu 9,66% entre janeiro e junho, com 50.136 vagas, nos 29 principais municípios do Estado o crescimento foi de apenas 3,36%, com 45.079 novos postos de trabalho. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, e foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).
O balanço revela ainda que o interior do Estado é mais dinâmico do que Curitiba e região metropolitana (RMC) quando o assunto é geração de empregos. No interior o nível de emprego cresceu 6,44% no primeiro semestre (com 71,5 mil vagas); já na RMC o índice foi bem menor (3,16%), com a criação de 23,6 mil vagas.
?O que tradicionalmente puxa a geração de empregos no primeiro semestre é a agroindústria?, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. Entre as mesorregiões, a do Norte Pioneiro foi a que registrou o melhor desempenho, com crescimento de 16,20% no emprego no primeiro semestre, por conta das usinas de álcool e açúcar. Em seguida, aparece o noroeste, com crescimento de 15,59%, puxado pelas indústrias de alimentos e bebidas, vestuário, além da agricultura. Na outra ponta, o centro-sul apresentou o pior desempenho (1,26%), com redução na geração de emprego na construção civil, administração pública, agricultura e indústria da madeira e mobiliário.
De acordo com o economista do Dieese-PR, a tendência é que no segundo semestre haja uma reversão, reduzindo a diferença na geração de empregos entre maiores e menores municípios até o final do ano. Prova disso é que no acumulado dos últimos 12 meses, os 29 principais municípios apresentaram crescimento do nível de emprego de 6,12%, pouco acima de 5,91% registrado pelas demais cidades.