A chuva que atinge a região oeste – incluindo cidades como Cascavel, Toledo e Palotina – está atrasando a colheita de soja no Paraná. O resultado é que, até agora, 0,9% da safra foi colhida no Estado – índice bem inferior aos 3,4% registrados no mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte do relatório divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).
Segundo Dirlei Antonio Manfio, do setor de Previsão de Safras do Deral, o atraso na colheita não põe em risco a safra de soja paranaense. ?A chuva de dois dias não chega a comprometer. Mas se chover mais de dez ou quinze dias seguidos, a ponto de o produtor não conseguir entrar na lavoura, daí sim haverá problemas?, apontou.
Os produtores do oeste anteciparam o plantio da soja. No dia 30 de outubro, segundo levantamento do Deral, 70% da área já estava plantada contra 20% na média do Estado. O resultado é que a colheita também teve que ser antecipada. ?Se o clima permitir, 10% da soja será colhida no Paraná em fevereiro deste ano. No ano passado, o índice foi de 5%?, comparou Manfio.
A produção de soja estimada no Paraná na safra atual é de 11,81 milhões de toneladas. No ano passado, a estimativa era de 11,74 milhões, mas o volume concretizado foi de 9,26 milhões de toneladas. Já a área plantada aumentou 1%, passando de 3,88 milhões de hectares na safra 05/06 para 3,92 milhões na safra 06/07. Conforme levantamento do Deral, em 92% da área plantada no Paraná as condições são consideradas positivas.
Além do clima, o preço da soja vem favorecendo o produtor. Em janeiro, o preço médio da saca pago ao produtor era de R$ 28,90, contra R$ 26,16 em janeiro do ano passado. ?Parece pouco, mas é um aumento de 10%?, observou Manfio, acrescentando que o preço deve se manter.
Depois da região oeste, a colheita deve se intensificar nas regiões sudeste, noroeste, norte e, por último, no sul. Na safra passada, 5% da produção foi colhida em fevereiro, 46% em março, 43% em abril e 6% em maio. Para este ano, Manfio acredita que a colheita deva ser finalizada em abril.
Outros produtos
Além da soja, outros produtos em período de colheita no Paraná são o feijão das águas (com 92,4% da área colhida), milho normal (9,7%) e a batata das águas (88,3%). A colheita da cebola foi encerrada no Estado na semana passada, com a comercialização de 69,4% da produção, que é estimada em 111 mil toneladas.
No caso da batata, o levantamento do Deral aponta que houve um aumento de 10% na área plantada na safra passada, ocasionando uma superoferta do produto. Já na safra atual (denominada ?batata da seca?), houve uma redução da área de 14%, passando de 12.798 hectares para 10.988. ?No ano passado, a saca da batata custava R$ 50,00, enquanto este ano passou para R$ 7,00 ou R$ 8,00. Muita gente não vai plantar ou vai plantar menos este ano?, observou Manfio.
Quanto ao plantio, 45,1% da área estimada para o feijão da seca já foi semeada no Paraná – um índice considerado baixo na comparação com o ano passado, quando o índice chegou a 50,1% neste mesmo período. O plantio do milho safrinha já foi efetuado em 14,3% da área estimada e a ?batata da seca?, em 48,2%.