Foto: Roberto Corradini/SECS |
Animais à espera do sacrifício para pôr fim à aftosa. continua após a publicidade |
A chuva que atingiu o Paraná no final de semana atrapalhou os procedimentos sanitários na Fazenda Alto Alegre, em Loanda, propriedade declarada foco de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura. A intenção da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) era concluir o abate no domingo, mas os trabalhos tiveram de ser interrompidos. O rebanho de 1.703 animais da Fazenda Alto Alegre é o sétimo e último a ser sacrificado.
Segundo informações da Seab, os trabalhos na propriedade começaram no sábado, dia 25. No domingo, o abate foi interrompido por volta do meio-dia, por conta da chuva que caiu no local. Até então, cerca de 320 animais haviam sido mortos. Ontem de manhã, equipes do Corpo de Bombeiros estiveram na propriedade com equipamentos para sugar a água que havia acumulado nas valas. O sacrifício, ainda segundo a Seab, seria retomado ontem a partir das 18h e as equipes trabalhariam até as 22h. Hoje os trabalhos continuam, e o objetivo é concluir todos os sacrifícios até amanhã.
Prazo
Depois de o último animal da Fazenda Alto Alegre ser morto, inicia-se a contagem regressiva de 180 dias para que o Paraná pleiteie junto à Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) o certificado de área livre de febre aftosa com vacinação – status conquistado em 2000 e perdido no fim do ano passado. Antes disso, porém, os países já poderão voltar a comprar carne do Paraná se quiserem.
Ontem o laboratório do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), no Rio de Janeiro, iniciou a necropsia de 21 animais sacrificados no Paraná que reagiram positivamente aos testes sorológicos. O exame foi a condição imposta pelos pecuaristas para autorizar o sacrifício dos animais. Caso o resultado dos exames seja negativo para a doença, eles poderão requerer indenização do governo federal.
Até agora, 5.373 animais foram mortos no Paraná. O abate começou há vinte dias, pelas fazendas Pedra Preta e Cesumar, em Maringá, onde foram mortos 231 e 144 animais, respectivamente. Depois foi a vez dos 84 bovinos da Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso e, em seguida, os 39 da Fazenda Santa Izabel, em Grandes Rios.
Os maiores rebanhos foram deixados por último. Caso dos 1.810 animais da Fazenda Cachoeira – declarada primeiro foco da doença, no dia 6 de dezembro -, em São Sebastião da Amoreira e dos 2.745 animais da Fazenda São Paulo, em Loanda, cujos trabalhos terminaram na última quinta-feira. Os proprietários das cinco primeiras fazendas já receberam a indenização por parte do Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec-PR). A outra parte (50%) será paga pelo Ministério da Agricultura.