China tem dilema triplo para elevar consumo, diz S&P

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s alertou que a China enfrentará um dilema triplo ao tentar aumentar a participação do consumo interno no Produto Interno Bruto (PIB).

“A relação entre consumo privado da China sobre o PIB é de longe a menor entre qualquer grande economia, a cerca de 35%”, afirmou o economista-chefe da S&P para a Ásia e o Pacífico, Paul Gruenwald. Entre os países emergentes da Ásia, essa relação é em média de 55%, e entre os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 60%.

Mas, para alcançar estes países, o economista afirmou em relatório que a China enfrenta três dilemas. “Ela não pode alcançar simultaneamente um alto crescimento do PIB, uma elevação na relação consumo sobre PIB e um superávit em conta corrente”, escreveu. “Ao determinar seus objetivos, a China não pode ter isso tudo.”

O modelo de acelerado crescimento chinês foi realizado com o custo de reprimir o consumo privado, lembrou o economista. Ele explica que, apesar das impressionantes taxas de crescimento por várias décadas, a economia chinesa é conhecida por apresentar problemas estruturais.

Reformas que elevem a produtividade podem ajudar nesse caminho de transição para uma economia mais dependente do consumo, mas não poderá resolver os dilemas que o país enfrenta. Para Gruenwald, a China só poderá resolver dois dos três objetivos, e para isso ela tem três opções.

A primeira seria o atual modelo baseado em alto crescimento econômico, superávit externo e baixa relação consumo sobre PIB. Na segunda alternativa, a China deveria apresentar taxas de crescimento muito menores, um superávit externo e uma relação consumo sobre PIB com um rápido crescimento. A última alternativa seria um crescimento relativamente mais fraco, um déficit externo e uma relação consumo sobre PIB em alta moderada.

Ontem, também em relatório sobre a nova agenda de reformas da China, a agência de classificação de risco Fitch afirmou que a demanda do país por cobre continuará elevada mesmo com um modelo que não seja baseado em fortes investimentos do governo.

A demanda por cobre continuará forte por conta do crescente foco em produtos de eficiência energética e porque o consumo per capita de cobre é muito baixo na China, quando comparado ao mundo desenvolvido, afirmaram Su Aik Lim e Laura Zhai, em relatório. Fonte: Dow Jones Newswires.

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