O Brasil está perdendo espaço para a China em mercados importantes para seus produtos manufaturados, como Estados Unidos, Argentina e México, aponta estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O problema é estrutural, mas a crise agravou o cenário, porque retraiu o comércio mundial e acirrou a concorrência.

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A situação é mais grave na Argentina, onde o Brasil ainda é o principal fornecedor de produtos industriais, mas a distância para a China diminui velozmente. Em 2003, o Brasil vendia 8,6 vezes mais produtos para a Argentina que a China. Nos últimos 12 meses até março deste ano, a diferença foi de 2,5 vezes. Nos EUA e no México, as empresas brasileiras incrementaram sua pequena participação recentemente, mas não atingiram sequer 2% das importações totais. Os chineses venderam 11,9 vezes mais que o Brasil no mercado norte-americano e 6,8 vezes mais no mexicano nos 12 meses fechados em março.

“A China aproveita o momento de fragilidade dos mercados mundiais para baixar preço e ocupar espaço em países antes abastecidos pelo Brasil”, diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Ele calcula que o câmbio e a recente redução de impostos de exportação na China representa vantagem de 25% sobre os preços brasileiros.

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