Um acordo fechado na quarta-feira (3) permitirá a retomada imediata das exportações de carne de frango in natura do Brasil para a China. As vendas foram suspensas em meados de 2007, poucos meses depois da abertura do mercado chinês ao produto brasileiro, por causa de questionamentos sobre questões sanitárias. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, divulgou nota para comemorar a decisão e lembrou da capacidade de consumo do mercado chinês.

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Governo e iniciativa privada não divulgaram estimativas do potencial comprador da China, mas a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) informou que as vendas indiretas de frango para a China somam aproximadamente 350 mil toneladas por ano. Sem produção suficiente para atender à demanda externa, Hong Kong importa frango brasileiro, processa as cargas e revende os lotes para a China. A expectativa é que a reabertura do mercado chinês resulte em incremento do comércio.

A Sadia, uma das maiores exportadoras de frango in natura do País, disse estar otimista com a notícia. Desde 2006, as vendas para a China ocorriam em pequeno volume, pois apenas dois abatedouros da empresa tinham autorização dos chineses para a comercialização. “Ganhamos o passaporte para o maior mercado populacional do mundo”, diz o diretor de relações internacionais da Sadia, José Augusto Lima de Sá. Segundo ele, a companhia está pronta para começar as vendas já este mês. “Já temos todos os produtos registrados, embalagens em chinês e contatos com clientes. É só vender e embarcar.”

Os chineses farão, inicialmente, negócios com 24 abatedouros localizados em oito Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. A China é o principal destino dos produtos agrícolas brasileiros. No acumulado do ano até outubro, a China absorveu 12% da receita total de US$ 61,9 bilhões obtida com os embarques de produtos agrícolas do País.

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O presidente executivo da Abef, Francisco Turra, comemorou a reabertura do mercado chinês para o frango brasileiro. “Essa é uma excelente notícia para o setor exportador de carne de frango, principalmente diante da conjuntura internacional adversa”, destacou.

Nesta semana, a Abef revisou a projeção para as exportações de frango no ano que vem por causa do cenário internacional. As previsões estão mantidas, apesar da decisão do governo da China. A associação estima um crescimento de 5% nas vendas externas, ante os 15% esperados anteriormente. Além da China, os exportadores de frango querem intensificar as negociações de venda para Indonésia, Malásia, México e Nigéria.

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