China pode decidir valorizar yuan em 2011, diz Kissinger

A China pode decidir valorizar sua moeda ao longo de 2011, sem admitir derrota na batalha com a comunidade internacional em relação ao valor do yuan, disse o ex-secretário do Estado dos EUA, Henry Kissinger. Durante uma entrevista concedida à rede de notícias CNN, Kissinger – que trabalhou na abertura das relações entre China e EUA há quarenta anos – disse que ficaria “desapontado” se o país asiático não adotasse esse tipo de postura em relação ao câmbio.

“Se não pode ser feito de forma que pareça uma derrota chinesa, ou em outras palavras, se eles não podem subir numa tribuna e dizer ‘aceitamos valorizar a moeda’, acho que agora conhecem uma forma de fazer isso por meio de concessões mútuas ao longo de um período de, digamos, um ano”.

Kissinger reconheceu, porém, que a mudança talvez não reflita o que os EUA almejam. “Acho que (o secretário do Tesouro) Tim Geithner apresentou nesta questão uma coisa que não combina com a forma como os chineses definem respeito por eles próprios e que não parece tão produtiva” para os americanos.

Pequim assumiu o compromisso de adotar uma política cambial mais flexível para o yuan, de forma a transformar a moeda numa rival global ante o dólar, mas críticos afirmam que a China ainda subvaloriza sua moeda para beneficiar o setor exportador do país. Os chineses dizem que uma oscilação muito acentuada na taxa de câmbio afetaria as indústrias dependentes de exportações e provocariam não só a perda de milhares de empregos, mas também revoltas populares.

Desde junho de 2010, quando as autoridades da China decidiram flexibilizar o câmbio, o yuan teve uma valorização de 3,6% em relação ao dólar, mas Geithner disse na semana passada que a apreciação real da moeda chinesa ante o dólar foi na verdade superior a 10% por causa da inflação. As informações são da Dow Jones.

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