China pede que EUA gerenciem dívida para proteger dólar

O vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan, pediu aos EUA que gerenciem o crescimento de sua dívida para proteger o valor do dólar. “Como importante país emissor de moeda de reserva mundial, os EUA devem equilibrar e lidar propriamente com a oferta de dólar”, disse Wang na abertura do último dia do Diálogo Econômico e Estratégico EUA/China.

A China, maior credora dos EUA, tem expressado preocupação com o possível impacto inflacionário resultante do afrouxamento monetário e fiscal norte-americano. Estima-se que dois terços das reservas chinesas de mais de US$ 2 trilhões sejam em dólar, incluindo mais de US$ 800 bilhões em Treasuries (títulos do Tesouro americano). “Esperamos que os EUA vão acelerar a reparação dos problemas dos mercados financeiros e conseguir logo uma recuperação econômica”, disse Wang. Ele reconheceu, no entanto, que a prioridade dos EUA e da China é continuar aumentando a demanda para ajudar a tirar a economia mundial da recessão.

Wang e o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, presidem o encontro. Ontem, Geithner e o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, tentaram reassegurar aos chineses que os EUA têm estratégias de saída dos planos de estímulo que deverão ser aplicadas no momento certo. Na abertura da reunião hoje, Geithner não mencionou a dívida dos EUA, nem o dólar. Em vez disso, continuou concentrado na necessidade de se promover uma economia global mais equilibrada assim que a recuperação ganhar força. Durante o encontro, Geithner insistiu na mensagem de que a economia dos EUA não deverá sair da crise como uma consumidora, e que portanto a economia chinesa deve diminuir sua dependência das exportações e de sua elevada taxa de poupança.

Wang disse hoje que o governo chinês está comprometido com o aumento da demanda doméstica e que prossegue com o processo de abertura do setor financeiro. Depois de se concentrarem nas questões macroeconômicas ontem, as autoridades norte-americanas voltam sua atenção hoje para assuntos espinhosos sobre comércio, investimento e a reforma das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os dois lados prometeram resistir ao protecionismo, mas as tensões comerciais têm crescido em meio ao aumento de casos na Organização Mundial do Comércio (OMC) e outras disputas. EUA e China também trocaram reclamações sobre o viés favorável aos produtos internos contidos nos pacotes de estímulo criados por cada um deles. Wang disse que a China vai trabalhar para aumentar as importações provenientes dos EUA. As informações são da Dow Jones.

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