Rio (AE) – A economia chinesa já é a segunda do mundo e gerou US$ 5,73 trilhões em 2002, quando se considera a paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês) em vez de a mera cotação cambial. A diferença entre a China e a terceira economia, a do Japão, foi de US$ 2,47 trilhões naquele ano, mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, de US$ 2,17 trilhões, sempre usando a PPP e em vez da cotação da moeda para o dólar.
As cifras aparecem no material de apoio à apresentação do diretor do Centro de Economia do Conhecimento do Banco Mundial (Bird), Carl Dahlman, e do consultor Cláudio Frischtak, ex-economista do Bird, no XVII Fórum Nacional na semana passada.
Segundo Dahlman, quando se compara o PIB dos países meramente pela cotação do dólar, sem considerar o poder de compra, os números ficam muito dependentes do nível de câmbio de cada país – quanto mais desvalorizado, menor o PIB em dólar. A comparação por PPP corrige isso.
Nesse caso, o tamanho real da economia chinesa estaria encoberta pelo seu câmbio. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, por exemplo, considera que a desvalorização da moeda chinesa seria de pelo menos 25%.
Dahlman observou que a Índia já ocuparia o quarto lugar entre as maiores economias, com um PIB de US$ 2,69 trilhões. ?Se os países mantiverem o ritmo de crescimento dos últimos anos, a China passa os Estados Unidos como maior economia do mundo por volta de 2012 e a Índia passa o Japão e vai para o terceiro lugar em 2008?, disse.
Pela metodologia de PPP, o Brasil seria, em 2002, a décima economia do mundo com PIB de US$ 1,31 trilhão, abaixo dos já citados Estados Unidos, China, Japão, Índia e Alemanha e também de França (US$ 1,55 trilhão), Reino Unido (US$ 1,51 trilhão), Itália (US$ 1,48 trilhão) e Rússia (US$ 1,41 trilhão).
O diretor afirmou que as economias da China e da Índia não estão mais baseadas apenas em baixos custos de mão-de-obra, mas também em crescente capacidade tecnológica.
