China e Japão são desafios do Paraná

A visita da comitiva paranaense formada pelo governo do Estado, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e empresários à China e ao Japão foi marcada pela descoberta dessas potências, em especial a China, como formadoras de uma nova configuração do mercado mundial e pelas expectativas comerciais e produtivas entre estes países e o Estado. Agora, o Paraná deve estar atento à demanda por produção local para ser participante ativo das tendências comerciais que devem ser estabelecidas nos próximos anos.

?Vamos dar mecanismos para o empresário paranaense interagir com empresários de lá, até como forma de sobrevivência. Se da China teremos competição agressiva de preços, quanto ao Japão seremos desafiados no âmbito tecnológico?, afirmou o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, ontem. Ele se mostrou impactado com o peso econômico chinês, comparável ao dos Estados Unidos, e com as novas formas japonesas de fazer comércio e investimentos. Citou, entre outros, o exemplo da província chinesa de Zhejiang – com cerca de 40 mil habitantes -, que no ano passado exportou cerca de US$ 50 bilhões, e o distrito de Hangzhou, com um parque industrial que abriga uma universidade com 300 mil alunos, oferecendo cursos voltados às necessidades produtivas locais. ?As cidades na China competem em políticas de industrialização e mercado internacional, e o empreendedorismo também é muito estimulado?, revelou.

Demanda

Conseqüentemente a esse desenvolvimento, uma grande demanda por negócios relacionados a setores como construção civil e moveleiro – devido ao processo acentuado de urbanização – está se desenvolvendo. ?Eles querem negociar com o Brasil também na área de alimentos, meio ambiente, vestuário e nos setores automotivo e siderúrgico?, adianta o presidente da federação. O Paraná entra em destaque neste último segmento com o projeto do Sindimetal – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná -, levado pelo vice-presidente da Fiep e presidente do sindicato, Roberto Karam, para construção de uma usina siderúrgica de pequeno porte na região dos Campos Gerais. Com investimentos na ordem de US$ 30 milhões, 60 mil toneladas de aço devem ser produzidas ao ano. ?Em abril, um representante de uma empresa chinesa virá ao Paraná para analisar minuciosamente este projeto. Já existe um grupo paranaense disposto a investir nessa usina em conjunto com a China?, revela Karam, lembrando que a China abriga a maior demanda mundial de aço, principalmente para uso na construção civil, setor em franca expansão naquele país. ?Os produtores paranaenses de peças de reposição automobilística também devem estar atentos. Este é um mercado em potencial por lá?, completou.

O encargo deste reforço comercial fica também por conta do Mercosul, que deve ter as relações fortalecidas entre os países membros. ?Eles vão precisar dos nossos produtos. Nós temos de estar prontos para atendê-los investindo de forma conjunta e planejada no que é competitivo para nós?, analisa o também vice-presidente da Fiep, Álvaro Scheffer, lembrando que biotecnologia, maquinário e medicamentos, além do turismo paranaense, devem ser ainda grandes aliados nos negócios com os países visitados. 

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