China diz que manterá estímulo econômico

A China prometeu hoje que irá manter a intensidade de seus esforços de estímulo econômico e alertou contra ser “cegamente otimista” sobre a economia do país, apesar de a situação estar melhor do que o esperado. O governo afirmou que irá “decididamente” executar a política fiscal ativa e política monetária moderadamente afrouxada que adotou desde novembro do ano passado.

“Preferimos tratar as dificuldades e riscos como sendo mais severos, adotar uma estimativa mais longa do tempo que vai durar para lidar com a crise, e fazer preparativos mais amplos sobre medidas de política”, concluiu o Conselho de Estado, o gabinete chinês, em encontro ontem para analisar a economia, cuja avaliação foi divulgada hoje.

O encontro define o tom para a formulação de política deste trimestre e sugere que Pequim não deve relaxar seu plano de estímulo em breve, apesar das preocupações de que alguns empréstimos bancários possam estar entrando no mercado acionário e em meio a uma onda de otimismo de que o crescimento econômico está se recuperando.

O governo disse que vai estudar mais políticas possíveis que ajudariam a lidar com qualquer mudança na economia. No mês passado, o presidente do Banco do Povo da China, Zhou Xiaochuan, afirmou que as agências do governo têm planos de contingência para lidar com a crise financeira global.

O Conselho de Estado disse que irá imediatamente implementar uma terceira rodada de investimentos do governo central e tomar medidas para encorajar os investimentos privados.

Além disso, a China vai trabalhar para impulsionar as importações de produtos de energia, recursos críticos que estão com oferta curta, equipamentos avançados e tecnologias importantes para estabilizar as importações, e aumentar o crédito à exportação, para estabilizar as exportações.

A China vai impulsionar o consumo doméstico, particularmente em serviços, tais como turismo e cultura, e itens caros, como propriedades e automóveis. O governo também vai explorar diversas formas para as pequenas empresas venderem bônus, aumentar a emissão de bônus corporativas e acelerar a criação de um mercado de ações para empresas menores que crescem rapidamente.

A China também quer apoiar fusões e aquisições, especialmente entre regiões dentro da fronteira nacional, disse o Conselho de Estado.

Indicadores

Dados divulgados hoje mostraram uma recuperação na produção industrial chinesa e nos investimentos. Embora a economia tenha crescido 6,1% no primeiro trimestre deste ano em relação ao ano anterior, a menor taxa em quase 20 anos, analistas estimam que a expansão na comparação com o quarto trimestre do ano passado se acelerou, mostrando que a economia está melhorando conforme o governo aplica o plano de estímulo de 4 trilhões de ienes e os bancos aumentam os empréstimos.

Mas o governo disse que existe capacidade excedente em certos setores, o sentimento para o investimento privado continua fraco, “falta força” na retomada do crescimento da produção industrial, os lucros corporativos e a receita fiscal continuam caindo, e as pressões para criação de emprego são enormes. Além disso, a demanda externa continua encolhendo, com as exportações caindo fortemente. As informações são da Dow Jones.

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