A China decidiu fazer uma contribuição ao Fundo Monetário Internacional (FMI) por meio da compra de títulos que serão emitidos pelo organismo multilateral, embora o montante dos recursos que deverão ser destinados para esse aporte ainda não foi decidido, de acordo com informações dadas hoje pelo ministro das Finanças, Xie Xuren.
Em comentários para a agência de notícias Dow Jones, nos bastidores da 42ª reunião anual do Banco de Desenvolvimento da Ásia, Xie disse que departamentos importantes do governo chinês estão em negociação com o FMI sobre qual seria o montante que o FMI precisaria. Ele negou-se a fixar uma data para que o país determine o valor.
O plano da China para ajudar a elevar a capacidade de empréstimos do Fundo por meio da compra de títulos diverge do pretendido pelos países desenvolvidos, como os EUA, que defenderam a ampliação do mecanismo de crédito especial conhecido como Novos Acordos de Obtenção de Empréstimo (NAB, na sigla em inglês). Esse mecanismo seria ampliado do valor atual de US$ 50 bilhões para US$ 500 bilhões.
O comitê de monitoramento do FMI teria endossado o compromisso fechado pelo Grupo dos 20 no início do mês passado de ampliar a capacidade de empréstimos do FMI para US$ 500 bilhões. Mas divergências entre os países membros sobre a maneira para dar suporte ao FMI pode adiar as reformas necessárias para tornar a instituição mais democrática.
Os comentários de Xie foram feitos após ministros das nações do Sudeste Asiático e seus colegas do Japão, Coreia do Sul e China terem fechado um acordo neste domingo em torno dos principais pontos da chamada Iniciativa Chiang Mai, incluindo os valores de contribuições, termos de acessibilidade aos empréstimos e mecanismos de supervisão que serão utilizados.
O Japão e a China contribuirão cada um com US$ 38,4 bilhões à rede de troca de moedas estrangeiros, como parte da expansão da Iniciativa Chiang Mai, lançada em 2000, com participação da China, do Japão, da Coreia do Sul e dos dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã). A iniciativa pretende criar uma rede de acordos bilaterais de “swap”, que tem o propósito de dar apoio a países que experimentem problemas de liquidez de curto prazo e complementar os esquemas financeiros internacionais já existentes. A Coreia do Sul vai suprir mais US$ 19,2 bilhões.