China apóia candidato brasileiro à OMC

O candidato brasileiro à direção-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Luiz Felipe de Seixas Corrêa, recebeu, ontem, apoio da China. ?A China apóia o embaixador brasileiro na disputa pelo cargo de diretor-geral da OMC?, disse o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Chong Quan, segundo a agência estatal de notícias chinesa Xinhua.

Corrêa é um dos quatro candidatos à sucessão do atual diretor-geral da organização, o tailandês Supachai Panitchpakdi – cujo mandato termina em 31 de agosto. O substituto deve ser escolhido até o fim do mês de junho.

Os outros candidatos são o francês Pascal Lamy, que já foi o comissário para o comércio da União Européia; o ministro das Relações Exteriores e do Comércio de Maurício, Jayen Cuttaree; e o ex-presidente do Conselho Geral da OMC, o uruguaio Carlos Perez del Castillo.

O embaixador brasileiro disse que impulsionar as economias dos países pobres deveria ser uma meta comum entre os membros da OMC. ?Desenvolvimento é bom para os negócios?, disse Corrêa em dezembro, quando sua candidatura foi anunciada.

Economia de mercado

No ano passado, o governo brasileiro reconheceu a China como uma economia de mercado e recebeu do governo chinês uma série de promessas de negócios e de apoio político e uma lista de intenção de investimentos.

Entre os apoios que o Brasil disse esperar da China estão a eleição de Corrêa para diretor-geral da OMC e a ascensão brasileira a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

O apoio que seria dado ao embaixador brasileiro na disputa pela direção da OMC, no entanto, não foi detalhado, mas diplomatas brasileiros disseram na época que a China não se furtará a dar o apoio necessário.

Bate-boca

O Brasil vetou a candidatura de Castillo à OMC depois que este apresentou um relatório sobre a negociação agrícola na OMC considerado próximo demais das posições de EUA e União Européia. Como reação, Brasil e Índia lideraram a criação do G20, um grupo de países em desenvolvimento que luta para a abertura agrícola nos países ricos. O veto à candidatura Castillo abriu uma crise entre Brasil e Uruguai.

O candidato uruguaio disse que o Itamaraty adotou uma atitude ?lamentável? e incentivou um debate ?estéril? ao preferir se empenhar em criticá-lo, ao invés de louvar as qualidades de Corrêa. Diplomatas brasileiros associam o desempenho de Castillo na OMC ao fracasso da Conferência Ministerial de Cancún, em setembro de 2003.

Segundo Castillo, sua candidatura recebeu o apoio dos demais países do Mercosul. ?É lamentável que, em vez de discutir as virtudes de cada candidato, [o Brasil] esteja desqualificando imerecidamente minha candidatura. O Brasil tem o direito de apresentar uma candidatura, mas não o de desqualificar a minha?, disse Castillo em outubro do ano passado.

Em janeiro deste ano, o economista-sênior do Instituto de Economia Internacional em Washington, Gary Hufbauer, disse ao jornal britânico Financial Times que a América Latina teria mais chance de liderar a OMC se reunisse forças em torno de um único candidato. ?Do jeito que está, a parada fica fácil para Lamy.?

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