A China permanece vulnerável a novas rodadas de fuga de capital, afirma o Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês). Segundo a entidade, a desaceleração da saída de capitais nos últimos meses teve como principal motivo a depreciação do dólar no período. Caso esse movimento se inverta, no entanto, a fuga de capitais deve voltar em meio a temores sobre uma depreciação mais decidida do yuan, que deve pressionar empresas que mantém dívidas em moeda estrangeira.

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“O estresse pode aumentar novamente, particularmente em caso de valorização do dólar ou se os mercados começarem a acreditar que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode elevar os juros antes do previsto”, afirmou o IIF, acrescentando que a desaceleração chinesa apenas piora essa situação.

Dados pinçados pelo banco RBS sugerem também que as empresas do país estão mascarando a saída de capitais. Em março, as importações vindas de Hong Kong saltaram 106% na comparação anual, informou o governo chinês. Já o governo de Hong Kong informou que as exportações à China caíram 11% na mesma base de comparação. Para fazer sentido, os dois números deveriam ser mais ou menos parecidos. Hong Kong não divulgou os dados de abril, mas do lado chinês, as autoridades informaram um aumento de 204% nas importações do parceiro comercial no mês.

Os dados de comércio em abril “sugerem que as saídas de capital estão sendo disfarçadas de atividades comerciais”, disse Harrison Hu, analista-chefe do RBS. “O superfaturamento das importações pode ter atenuado o superávit em conta corrente e a saída de capitais registradas na conta de capital”, acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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