O economista Sergio Vale, da MB Associados, disse nesta segunda-feira, 16, que a China ainda é um potencial elemento positivo para a economia brasileira – e principalmente para o agronegócio -, apesar da desaceleração do crescimento econômico da nação asiática. “Crescer 4% atualmente é muito mais do que quando a China crescia 10% ou 12% anos atrás, porque a economia chinesa é maior hoje. Então isso não é um problema no que se refere à demanda por alimentos”, afirmou durante sua participação no fórum promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) na capital gaúcha.

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Segundo ele, não se deve ser tão alarmista quando se fala na desaceleração da economia chinesa, até porque o país tem espaço para experimentar mais incremento de renda da população nos próximos anos, o que favorece o consumo. Do lado produtivo, no entanto, é incapaz de ser autossuficiente em commodities agrícolas, embora invista pesado em tecnologia.

“É um país que não tem terras como o Brasil tem, não tem água como o Brasil tem, não tem as condições que o Brasil tem. Então a China vai continuar aumentando a demanda por alimentos no mundo, não há escapatória”, avaliou.

Ele também minimizou a possibilidade de a China passar a investir mais na formação de estoques, para depender menos do mercado internacional. “Mesmo se a China estiver se preparando para aumentar estoques, isso poderia ter um impacto de curto prazo, mas no longo prazo a dinâmica de compra se ajustaria”, ponderou.

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