O governo da China alertou hoje que o país ainda enfrenta problemas econômicos e garantiu aos investidores que o afrouxamento das políticas de crédito desejadas para uma retomada da economia irá continuar.
“Ainda enfrentamos muitas dificuldades e desafios e há incerteza sobre as perspectivas da economia internacional”, disse o primeiro-ministro Wen Jiabao durante recente visita à província de Jiangsu, de acordo com declarações publicadas hoje no site do governo central. Segundo ele, a economia continua sendo desafiada pela retração da demanda por exportações e dificuldades para estimular a demanda doméstica.
Jiabao disse que Pequim irá continuar com sua “política monetária relativamente distendida” e uma “política fiscal proativa” – em referência aos 4 trilhões de yuan (US$ 586 bilhões) em estímulo para a terceira maior economia do mundo.
Para o líder chinês, a recuperação do país ainda não está consolidada, mesmo embora a taxa de crescimento da economia tenha acelerado para 7,9% no segundo trimestre, ante 6,1% do período imediatamente anterior. Jiabao diz que a recuperação ainda está dependendo dos gastos do governo e de uma recuperação completa e madura do setor privado. Jiabao prometeu continuar com a política de crédito menos rígida, aliada a uma série de garantias do governo para os investidores.
Os analistas temem, no entanto, que a política de estímulo do governo, alimentada por especulações nos mercados de ações e imobiliário, poderia provocar um boom e a falência nesses mercados. Segundo os analistas, a facilitação para empréstimos pode aumentar a pressão nos preços para cima e deixar os bancos com um grande volume de dívidas não pagas.
O total de empréstimos dos bancos chineses saltou para 7,1 trilhões de yuans (US$ 1 trilhão) no primeiro semestre do ano. Os economistas estimam que 15% desse montante seguiu para os mercados de ações e imobiliário – violando as regras de empréstimo do governo.
Os bancos têm sido orientados a limitar o crédito no segundo semestre do ano e a garantir que os tomadores coloquem o dinheiro em investimentos produtivos, de acordo com relatos da imprensa local. Nesse sentido, 10 bancos, incluindo o Banco da China, segundo maior financiador comercial do país, foram obrigados a comprar 100 bilhões de yuans (US$ 14 bilhões) em bônus do governo para conter o crescimento do crédito. As informações são da Associated Press.