Tendo o Chile como marca reconhecida e líder na preferência dos consumidores de vinhos no Brasil, o Movimento das Vinícolas Independentes (Movi) daquele país pretende dobrar a participação no mercado brasileiro nos próximos cinco anos. Hoje das 40 mil caixas produzidas pelo grupo, 3,6 mil vão para o mercado brasileiro.

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Engajados com o trabalho de ampliar o consumo da bebida no Brasil que, anualmente, não ultrapassa 2 litros por pessoa, as 17 vinícolas-boutique chilenas, que integram o grupo iniciado em 2009, estão visitando quatro capitais. Nesta quinta-feira (10), foi a vez das importadoras e potenciais parceiros comerciais de Curitiba degustarem um rótulo de cada marca.

Tais produtos são diferenciados na concepção, pois as chamadas vinícola-boutique aliam a produção em pequena escala (algumas produzem somente 3,5 mil garrafas por ano) a um alto valor agregado (preço médio de US$ 78,13), fruto de propostas ousadas e com fortes características dos vinhedos onde cada garrafa é elaborada. “Nossa produção exprime a paixão por esse pedaço de solo”, define o representante oficial da vinícola Starry Night, Fernando Atabales Alarcón. A Starry Night está localizada em Maria Pinto, aos pés da Cordilheira da Costa, que sofre influência do Vale do Maipo.

O vice-presidente do Movi e proprietário da vinícola Bravado Wines, Felipe García Reyes, acrescenta que além de cada vinho remeter o apreciador a um lugar diferente do Chile, ele traz uma independência criativa incomparável. “Todos os produtores do Movi têm em comum produzir algo que realmente gostam. O vinho é uma expressão de arte também. Prova disso, é que entre os integrantes do Movi está Patricio Bustamante, um dos principais cineastas do nosso país”, destaca.

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Recuperação pós-terremoto

Os vinhos chilenos têm lugar cativo entre os apreciadores da bebida no Brasil, a ponto de ocuparem com ampla vantagem o topo do ranking da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até setembro o Chile vendeu quase 19 mil garrafas para o Brasil, número 70% maior do que a Argentina, segundo país na preferência dos brasileiros.

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A nova safra, que passará a ser colhida entre abril e maio de 2012, deve apresentar um reajuste de pelo menos 10% no preço final da bebida já que, por conta da vigência de alguns contratos (com duração de dois anos), as vinícolas do Chile acabaram absorvendo o aumento no custo de produção devido à queda de 35% da produção de uva em 2010 e 20% na produção deste ano, em função do clima desfavorável. “O terremoto prejudicou fortemente os parrerais, mas devido aos contratos acabamos reduzindo nossas margens. Por enquanto, a safra 2012 tem tudo para compensar em ganhos e em uma maior produtividade”, avalia Reyes.

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