A estatal Chesf, controlada do grupo Eletrobras, foi a vencedora do leilão de transmissão que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou hoje. A empresa arrematou os três lotes ofertados na licitação, que teve um deságio médio de 50,9%. “Demos a nossa contribuição para a modicidade tarifária, mas sem comprometer a sustentabilidade empresarial do grupo”, afirmou o presidente da Chesf, Dilton da Conti Oliveira, após o encerramento da disputa. A licitação contou com a participação de nove proponentes, sendo oito empresas e um consórcio.
O presidente da Comissão Especial de Licitação, Hélvio Guerra, destacou que o leilão de hoje cumpre um objetivo importante no setor, que foi o de viabilizar a infraestrutura necessária para conectar as usinas eólicas à rede elétrica. “As quatro subestações irão conectar ao sistema 33 usinas eólicas que negociaram energia nos leilões de 2009 e de 2010”, explicou Guerra. A Receita Anual Permitida (RAP) total do leilão foi de R$ 19,235 milhões, queda de 50,9% em relação à RAP máxima total de R$ 39,175 milhões.
Os três lotes compreendem cinco linhas de transmissão, com extensão de 501 quilômetros, e quatro subestações, localizadas nos Estados do Rio Grande do Norte, Bahia e a Ceará. Segundo o diretor de Engenharia e de Construção da Chesf, Jose Ailton de Lima, a estratégia montada para vencer o leilão foi considerar a sinergia entre os empreendimentos. “Os ativos do Rio Grande do Norte e do Ceará são próximos, o que gera sinergias”, afirmou. Vale lembrar que a Chesf detém grande parte da malha de transmissão do Nordeste, o que amplia a escala da companhia e reduz os custos.
O lote mais disputado pelas empresas foi o B, composto por uma subestação e por uma linha de transmissão de 115 quilômetros de extensão na Bahia. A Chesf ganhou a concessão após a disputa ir para o pregão viva-voz com a Afluente Transmissão de Energia Elétrica, controlada da Neoenergia. A proposta vencedora da estatal foi uma RAP de R$ 4,19 milhões, deságio de 59,21% em relação à receita máxima de R$ 10,272 milhões. Esse foi um dos maiores deságios já registrados em leilões de transmissão organizados pela Aneel.
Para a disputa do leilão, Ailton de Lima explicou que a Chesf assinou pré-contratos com os fornecedores de equipamentos. A companhia também prevê que o valor do investimento fique acima do projetado pela Aneel para os ativos, que é de R$ 300 milhões. “Nunca conseguimos ficar abaixo do orçamento previsto pela Aneel”, comentou o executivo, sem entrar em detalhes. Pelas regras do leilão, as linhas de transmissão e as subestações entrarão em operação em 2012.