Foto: Anderson Tozato/O Estado

 Endividamento da população foi um dos fatores do crescimento de cheques devolvidos.

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Pesquisa divulgada ontem pela Serasa mostra que o índice de cheques devolvidos por falta de fundos no Brasil aumentou 15,9% em outubro ante o mesmo período de 2004 e atingiu a segunda maior marca da história do levantamento, iniciado em 1991. No mês passado, foram compensados 157,8 milhões de cheques, sendo que 3,10 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 19,7 cheques devolvidos a cada mil.

Este resultado foi inferior apenas ao recorde histórico de março de 2005, quando foram registrados 20,8 cheques por mil. Em outubro de 2004 foram compensados 167,6 milhões de cheques e 2,85 milhões foram devolvidos, com índice de 17 a cada mil.

No confronto mês a mês, a empresa de análise de crédito constatou alta menos expressiva, de 1,5%, ante o resultado verificado em setembro de 2005, quando foram compensados 157,7 milhões de cheques e 3,06 milhões devolvidos, com índice de 19,4 a cada mil.

Os dados também apontaram elevação de 17,7% no índice entre janeiro e outubro sobre o indicador dos primeiros dez meses de 2004. Foi compensado um total de 1,6 bilhão de cheques, dos quais 30,2 milhões voltaram por falta de fundos, o que correspondeu a um índice de 18,6 cheques devolvidos a cada mil. No mesmo período do ano passado foi compensado um total de 1,7 bilhão de cheques e 27,5 milhões devolvidos, com índice de 15,8 a cada mil.

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Na avaliação dos técnicos da Serasa, o resultado de outubro é explicado por ?fatores conjunturais e comportamentais?. Em relação aos aspectos conjunturais, contribuíram para a alta na devolução de cheques sem fundos o maior endividamento da população, por conta da expansão do crédito, notadamente do consignado, e do alongamento nos prazos com cheques pré-datados emitidos em datas comemorativas anteriores, como Dia dos Namorados e Dia dos Pais.

Quanto aos aspectos comportamentais, a Serasa destacou que colaboraram para o resultado do indicador, a aceitação de cheques pré-datados sem o uso de metodologia apropriada para a análise do risco de inadimplência.

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